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Desabamento de shopping pode estar ligado a afundamento de 2008

O desabamento de 70% da obra do Shopping Rio Poty, na madrugada de ontem (11), pode ter ligação com o tipo de solo da área. A região onde o shopping estava sendo construído tem histórico de afundamentos. Um deles ocorreu em 2008, na Rua Francisco Mendes, no bairro Cabral.

Segundo o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI), há�uma �linha de instabilidade�que vai� da Rua �Simplício �Mendes,� no Centro de Teresina, até �as proximidades da �Ponte� Estaiada.

O presidente do Conselho, o engenheiro Paulo Roberto de Oliveira, avalia que esse problema, que já teria causado vários afundamentos de ruas naquela área, pode ter contribuído também para o desabamento do Shopping.�Ele esclarece, entretanto, que essa é apenas uma possibilidade. As causas do desabamento ainda serão apuradas.

À época do afundamento da Rua Francisco Mendes, o Crea-PI produziu um laudo sobre o acidente. O afundamento danificou imóveis e até uma escola pública. O Crea-PI descartou, preliminarmente, falha na execução da obra.

Concluiu-se que o problema estava relacionado, na verdade, com a própria formação rochosa daquela área e com o fato de Teresina estar localizada entre dois rios. As rochas se diluiriam facilmente com a ação da água.

"A infiltração de águas pluviais, vazamentos na rede hidráulica e oscilações de nível freático são processos que, provavelmente, tenham favorecido a formação de dolinas ou pequenas cavernas no subsolo de nossa cidade", apontou o relatório.

O presidente do Crea-PI afirma que não foi possível, naquele ano, um estudo mais completo do local. “Iria custar, à� época, cerca de R$ 1 milhão, e incluía o mapeamento� de toda �a �área. �Porém,� nem a� Prefeitura nem o Governo� do �Estado �tinham �como� arcar �com �essa �despesa �e� o estudo não foi realizado”,� explicou o engenheiro.

Afundamento em 2008 comprometeu imóveis (Foto: Portal AZ)

�Áreas com características �semelhantes �às� de �Teresina �precisam �de� cuidados especiais, porque� sofrem �impactos �naturais� e �em �decorrência �da �ação� humana, que podem levar à sobrecarga do solo.

Após o laudo, o Crea recomendou �procedimentos �e� novos estudos, �como � cadastramento das moradias e lotes� afetados, �mapeamento geológico-geotécnico �detalhado da �área �afetada,� incluindo feições de abatimento �do �terreno, trincas,� rachaduras, �litologias,� cadastramento �de �poços� tubulares �existentes �na� área e levantamento topográfico.

Terreno de shopping não teria “cavernas”

Contudo, segundo apurou o Jornal O DIA, não se detectou, na fase inicial da obra do Shopping,� quando ocorreu a sondagem� do terreno, a�presença�de �nenhuma� “caverna” no local.�

Os cálculos �iniciais teriam garantido que �o �terreno �suportaria �a� construção. Por outro lado,� pode ter ocorrido o deslizamento de lajes, pois a obra� é �composta �de �estrutura� pré-moldada, �que �é �confeccionada �pela �própria� construtora responsável pela edificação.


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