Quem tem criança em casa sabe que qualquer descuido pode resultar em um acidente doméstico. A curiosidade, característica dessa fase da vida, faz com que elas fujam do campo de visão dos pais rapidamente, podendo entrar em contado com tomadas, eletrodomésticos, escadas e outros objetos que podem ocasionar acidentes. Por volta de um ano, a criança começa a andar e a descobrir os ambientes da casa. Nesse momento, os pais devem ficar atentos, e tomar algumas medidas para evitar machucados.
O major José Veloso, do Corpo de Bombeiros, explica que as crianças ainda não possuem uma noção concreta de perigo. Por conta disso, os riscos de acidente são maiores nessa faixa etária. “Até os três anos de idade, todo e qualquer objeto representa risco de acidente para a criança. Um prego, uma sacola plástica, uma panela, enfim. Nessa idade, a criança ainda não tem uma noção do que é perigoso”, pontua.
(Foto: Assis Fernandes/ O Dia)
Para amenizar os riscos, o ideal é tirar dos cômodos que a criança frequenta tudo que possa causar acidentes, como objetos que podem ser ingeridos ou cortantes. Também é importante proteger os móveis com silicone, para que não ocorram traumas, ocasionados pelo contato com as quinas.
A eletricidade também é um fator de risco não só para as crianças, mas também para adultos. O ideal é que a fação fque completamente protegida e as tomadas cobertas com protetores. “A criança, por não ter a noção dos riscos, e pela curiosidade, acaba tentando colocar objetos dentro das tomadas, o que representa um sério risco de choques elétricos”, destaca o major Veloso.
Outro aspecto que deve ser observado diz respeito às mesas, armários e outros móveis em que a criança pode subir. Uma queda, por mais baixa que seja a altura, pode resultar em graves consequências para a criança. “Para uma criança de dois anos, a queda de cima de uma mesa corresponde a uma queda de cima de uma laje para um adulto. O melhor referencial que podemos usar é altura da pessoa”, destaca.
Para evitar os acidentes domésticos envolvendo crianças, a recomendação do Corpo de Bombeiros é que os pais conversem com os flhos e expliquem os riscos de determinas práticas. “Os pais devem estar sempre próximos da criança, não apenas para proibir, mas para explicar o motivo dela não poder colocar o dedo na tomada, por exemplo”, destaca o major José Veloso.
O que fazer em caso de acidentes?
Às vezes, o acidente doméstico é inevitável, mesmo
quando as precauções são
tomadas. Nesse tipo de situação, os pais precisam saber como agir corretamente,
o que pode fazer a diferença
para garantir o bem-estar da
criança e evitar que o episódio deixe sequelas no corpo.
O choque elétrico ainda
é comum entre as crianças,
que, muitas vezes, por curiosidade, acabam colocando
objetos nas tomadas. O pediatra Carlos Flávio Lopes
explica que, quando isso
acontecer, algumas medidas
devem ser tomadas de maneira imediata. “O primeiro
passo é verificar se ainda há
riscos de novos acidentes na
fonte de energia. É bem comum a pessoa que vai ajudar
acabar levando um choque
também. Nessa situação, também é importante verificar se
houve perda da consciência;
se isso acontecer, é importante chamar imediatamente
uma ambulância”, explica.
Outra situação que coloca
em risco a saúde das crianças
é a ingestão de substâncias,
como produtos de limpeza.
Apesar de nem sempre serem
venenosos, esses produtos
podem causar mal-estar e provocar diarreias. “A recomendação nesses casos é levar a
criança direto para o hospital,
onde os médicos vão utilizar
os protocolos para avaliar a
gravidade da situação”, pontua o pediatra, que também
ressalta que o mesmo procedimento deve ser utilizado
quando a criança ingerir medicamentos. “Alguns medicamentos, quando tomados em
dose excessiva, podem causar
até parada cardíaca”, alerta.
Nos casos de queimadura, a
recomendação é não utilizar
produtos caseiros para amenizar o desconforto. “A primeira
consequência da queimadura
é a infecção. Por isso, o local
tem que ser lavado com água
corrente. A colocação de produtos como creme dental,
margarina, entre outros, ao
invés de ajudar, pode contribuir para aumentar a taxa de
infecção”, destaca o pediatra.
De modo geral, a recomendação para os demais casos de
acidentes domésticos envolvendo crianças é que, dependendo da gravidade, elas sejam encaminhadas de forma
imediata a um hospital.