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Construção de escola no Portal da Esperança se arrasta por seis anos

Há seis anos, os moradores do Residencial Portal da Esperança, no bairro Aroeiras, zona Norte de Teresina, aguardam a conclusão de uma escola na comunidade. Segundo a população, a obra do Governo do Estado do Piauí iniciou em 2009, com previsão de entrega para o ano seguinte, mas ficou paralisada por dois anos. 
Após esse tempo, a construção ainda chegou a ser retomada por três meses, mas logo em seguida foi parada novamente. Sem operários no local, a obra está abandona e à mercê da ação de vândalos, que invadem o prédio para roubar portas, janelas, aparelhos de vasos sanitários, entre outros materiais. Além disso, o mato está invadindo as dependências, cobrindo salas, pátios e a quadra poliesportiva que não foi concluída. De acordo com a moradora Socorro Pires, a escola deveria atender alunos do Ensino Fundamental, Médio, EJA (Educação de Jovens e Adultos) e ofertar aulas de informática para a comunidade. Sem o colégio, muitas crianças e adolescentes são obrigados a se deslocarem para bairros vizinhos. 
“Têm crianças estudando na Pedra Mole e no Mocambinho. Quer dizer, as pessoas saem de suas comunidades e vão estudar nas escolas vizinhas, porque a escola que tem aqui só atende crianças até o 4º Ano do Ensino Fundamental”, disse, acrescentando que todos que moram na região do Residencial Portal da Esperança, Nova Teresina, Dois Mil, Paulo de Tarso, Maria da Inglaterra, Vila Nova e Elias Ximenes precisam ir até outros bairros em busca de escolas. 

Foto: Ana Paula Diniz/ ODIA

Socorro Pires explica que a Prefeitura de Teresina disponibiliza ônibus para levar as crianças às escolas e trazer novamente para o bairro. Porém, se houvesse uma nova unidade escolar na região, esse recurso poderia ser investido em outras melhorias, como calçamento. A moradora ressalta ainda que, com o funcionamento da escola, os pais poderiam acompanhar os filhos e estarem mais presentes na vida escolar das crianças. 
Já o motorista Elpídio Marques de Macedo reside praticamente em frente à escola e conta que, no começo deste ano, os operários chegaram a ir até a obra para erguer uma parte da quadra poliesportiva, mas que logo abandonaram a construção novamente. Desde então, nenhum pedreiro foi visto no local, inclusive os vigilantes, que deveriam fazer a guarda do patrimônio, pouco aparecem no local. 
Elpídio também reforça que muitas crianças e adolescentes precisam se deslocar até o Residencial Nova Teresina para estudar, o que se torna bastante perigoso, vez que as ruas são desertas. “A rua que dá acesso ao bairro é meio escura e só tem casa de um lado e do outro é só mato, aí dá medo porque é perigoso”, frisa. 
Através da Assessoria de Comunicação, a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (Seduc) informa que a obra da escola está sob investigação da Polícia Federal, da Procuradoria da Seduc, do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de superfaturamento e desvio de recursos na gestão passada.