Quem passa pela Praça
da Bandeira, no Centro
de Teresina, percebe uma
cena bem peculiar. As
bolsas são sempre seguradas
com muita firmeza
por parte das mulheres. E
essa atitude não é em vão.
O local é ponto constante
de assaltos e furtos. A ação
já é conhecida pelos transeuntes
e também pelas
pessoas que trabalham no
local.
No momento de
embarque e desembarque
nos ônibus, os passageiros
se aglomeram nas portas
dos automóveis. E é nesse
momento que os bandidos
aproveitam a movimentação
para colocar a mão
nas bolsas e levar celulares,
carteiras, dinheiro
e o que mais conseguir no
curto espaço de tempo. A
ação é rápida e, muitas
vezes, as vítimas não percebem
que estão sendo
lesadas.
Eliane Alves conta
que já presenciou vários
roubos no local. Frequentadora
assídua da parada
de ônibus, ela fala que já
chegou a ver, até mesmo,
um roubo pela janela do
ônibus. “É de assustar.
Nunca aconteceu comigo,
porque ando sempre muito
prevenida. Mas vi roubando
uma mulher e a coitada
nem percebeu de tão
rápido que foi”, lembra. O
relato não é o único e, em
pouco tempo abordando
os passageiros no local, a
reportagem de ODIA pode
ouvir vários relatos dos
passageiros.
É o caso da auxiliar de
cozinha Antônia Márcia.
Ela conta que a irmã foi
vítima de uma ação criminosa
no momento em
que subia no ônibus. “Ela
ia subindo e uma mulher
colocou a mão no bolsinho
lateral e conseguiu pegar
o celular e o cartão passe-
livre dela. Quando ela
percebeu, a mulher já
tinha corrido”, lembra.
Por outro lado, Luciano
Moraes, que pega ônibus
diariamente na Praça na
Bandeira, destaca que as
ações criminosas são praticadas,
principalmente,
por mulheres. “Elas aproveitam
qualquer momento
de distração e, se você
desconfiar, elas ainda são
agressivas. E não é só uma
não, elas sempre andam
de duas ou três. Mas não
adianta fazer nada, porque
se a Polícia prende hoje,
amanhã elas estão soltas
e a população continua
sendo vitimizada”, pondera.
Apesar dos relatos constantes,
quem frequenta
as paradas de ônibus diz
também que a presença
de policiamento é pouco
visto pela região. “Aqui
precisa de mais policiamento.
A gente vem para
cá porque é o jeito, porque
tem que pegar o ônibus.
Mas, ficamos tensas. Já
ouvi muitos relatos e
outros tantos que nem
sabiam que estavam
sendo lesados. Já ficou de
um jeito que poucas pessoas
reagem, porque têm
medo”, diz Maria Vanda,
dona de casa.
O receio não é apenas
por parte dos passageiros.
Vendedores ambulantes
que trabalham na região
afirmam que as ocorrências
são diárias. “A gente
fica até com medo de olhar
porque eles sabem que
trabalhamos aqui e nos
ameaçam se contarmos
alguma coisa. Teve uma
vez, que uma mulher
estava abrindo a bolsa de
outra sem que ela percebesse
e outra passageira
avisou. Aí a ladra meteu a
‘mãozada’ na cara da que
denunciou. Então, a gente
fica na nossa, porque não
acontece nada com quem
está roubando e, se a
gente falar alguma coisa,
sobra pra gente”, lamenta
Lúcia Soares, vendedora
na praça há alguns anos.
Procurados pelo ODIA, o
major Adriano de Lucena,
da Comunicação da
Polícia Militar, destacou
que a corporação tem
reforçado o policiamento
em toda a cidade. “O
policiamento está sendo
feito. A Polícia tem agido,
prendido para diminuir
o número de roubos e
assaltos. Ainda assim, o
batalhão da região deverá
reforçar o policiamento”,
ponderou.