Nesta quinta-feira (9), o Jornal ODIA relembra uma das histórias mais marcantes de Teresina, o caso de um jovem que atacou quatro pessoas, sendo três crianças, em novembro de 2013. O fato ocorreu no Vila Irmã Dulce, zona Sul da Capital, e as vítimas residiam na própria rua do acusado.
Três anos depois, a equipe de reportagem volta ao local do atentado e conversa com a mãe de Antônio Marcos Lima Pereira, de 24 anos, e com alguns moradores, que relembram os momentos de pânico no dia dos ataques. Esquizofrênico, o jovem atualmente toma remédio controlado e tem acompanhamento no Centro de Atenção Psicossocial da região (Caps).
Morando em uma residência simples na Vila Irmã Dulce, a dona de casa Maria Dalva Pereira da Cunha, de 53 anos, conta que sobrevive da venda de cosméticos e fazendo faxina, dinheiro praticamente todo revertido na compra dos remédios controlados de Antônio Marcos. Ela fala ainda das ameaças que frequentemente o filho sofre ao andar pelas ruas da cidade, inclusive com ameaças de morte.
“Ele tem um distúrbio mental, uma doença que não tem cura, toma cinco tipos de remédio por dia e faz acompanhamento psicológico no Caps duas vezes por semana. Eu tenho um laudo dele comprovando a doença e vou tirar um novo no Hospital Areolino de Abreu. Não posso andar com ele nas ruas, no ônibus, que as pessoas ficam apontando e dizem que querem matá-lo”, disse.
Dona Maria Dalva relata que, na época, foi muito complicado, porque as pessoas eram muito agressivas com a família e não entendiam que o rapaz sofria com transtornos mentais. A mãe conta que Antônio Marcos chegou a ser preso e levado para a Central de Flagrantes, onde foi encaminhado para a Penitenciária de Esperantina. Segunda ela, o rapaz chegou a apanhar dos presos e teve problemas de saúde.
Apelo
A dona de casa salienta que em 2013, quando ocorreu os ataques, Antônio Marcos não tomava remédio; contudo, com a administração da medicação atualmente, não há risco de novas crises. Em prantos, dona Maria Dalva faz um apelo à população.
“Eu quero que todas as pessoas que o Antônio Marcos fez isso nos desculpe, que isso não vai mais acontecer. Ele é doente, não façam nada de mal com ele, porque eu sei que não fez porque quis. O Antônio Marcos era estudioso, fez até o 2º Ano do Ensino Médio, frequentava a igreja, era um bom menino, quando adoeceu e agora está assim, dependendo de mim para tudo”, fala.