Os blocos alternativos já eram tradicionais e surgiam em vários bairros da cidade. O Corso, hoje considerado o maior do mundo, já havia conquistado o teresinense que abraçou a festa de rua, como cultura popular. Nesses anos, o folião permanecia na capital durante a folia de momo fazendo com que em 1975, Teresina ganhasse o tÃtulo de 5º maior carnaval do Brasil.�
As memórias são de Daniel Aracacy, diretor de promoção cultural da Fundação Cultural Monsenhor Chaves, que acompanhou os primeiros passos do carnaval teresinense e hoje é um dos coordenadores que trabalham para resgatar o espÃrito de festar popular e envolver o teresinense na programação de carnaval da cidade.�
Foto: Arquivo O Dia
Nos anos 1950, de acordo com Daniel Aracacy, o carnaval era espontâneo e participativo, a Praça Rio Branco era um dos pontos da festa. “Em 1952 as escolas Escravos do Samba e Malucos por Samba polarizavam o carnaval de rua de Teresina. O corso também fazia parte, envolvendo os teresinenses em desfiles pelo centro da cidadeâ€, completou o diretor.�
A primeira grande mudança no carnaval de Teresina, segundo Daniel, veio em 1970 quando a festa com essência popular e participativa ganhou um tom competitivo e contemplativo. “O povo agora se tornava cada vez mais telespectadorâ€, reforçou. No decorrer da década, surgiram duas das principais escolas de samba que seguem na ativa: Brasa Samba e Sambão.�
“Com a chegada dessas escolas em 1970, o modelo do carnaval carioca se estabeleceu definitivamente. Surgiam as baterias com percussionistas, compositores, e divisão por alas. As escolas passaram a competir e surgiam novas agremiações a cada carnaval. Mas o movimento dos blocos de rua também era forte. A irreverência desses blocos exaltavam as figuras do cotidiano teresinense. O envolvimento com a festa popular era tão forte que assim que terminavam os desfiles de escola de samba e os foliões seguiam para os clubes. Esses dois movimentos se alternaram até os anos 1980 quando houve uma pausa na participação das escolas de sambaâ€, contou Daniel Aracacy.