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Criança morre vítima de bala perdida em Altos (PI)

Na noite desta sexta-feira (15), por volta das 8h, um tiroteio entre policiais militares da Força Tática de Altos (PI) e dois homens em uma motocicleta acabou tirando a vida do garotinho identificado como Gustavo, de apenas 6 anos. A bala perdida, segundo populares, teria partido da polícia.

Alfredo Cadena Júnior, delegado do 14º DP, em Altos, diz que só a perícia será capaz de afirmar quem efetuou o disparo. “Até o momento não se sabe se a bala partiu do policial ou do traficante. Já solicitei as armas utilizadas pelos policiais na ação e a perícia vai dizer de onde saiu o projétil”, explicou o delegado.

A ação da polícia era para capturar o traficante chamado de ‘Peteca’ que empreendeu fuga em uma motocicleta pilotada por Romário Macedo, o único que acabou preso e será autuado por tráfico de drogas.�Com ele foi encontrada uma quantia considerável de crack e cocaína. Romário Anderson Macedo Fontinelle, que é usuário, negou que seja dono da droga apreendida.

“É um direito dele negar, mas as provas dizem o contrário. Ele é o que chamamos de ‘avião’ no mundo do tráfico”, ressaltou Cadena.

O disparo que atingiu a criança

No momento em que ‘Peteca’ fugiu, o policial identificado como Jarbas saiu em perseguição e acabou caindo. Foi quando a arma teria disparado acidentalmente.�Peteca conseguiu escapar.�“A versão dos policiais que atenderam a ocorrência é que o Jarbas tropeçou e com a queda a arma disparou”, disse o capitão Gomes Santos, Comandante da 3ª Companhia do 8º BPM. �

Porém, segundo o que foi apurado pelo delegado Cadena Júnior, do 14º DP, foram efetuados pelo menos três tiros durante a perseguição.

A falha da PM

Após o ocorrido, o policial Jarbas foi conduzido para a sede da 3ª Companhia, onde deveria ter ficado. No entanto, mesmo com a presença de outros dois PMs, ele evadiu-se do local. “Não se sabe se eles foram coniventes, a Corregedoria vai apurar. Mas a recomendação é que ele [Jarbas] deveria ter ficado no alojamento”, enfatizou o Comandante da 3ª Companhia.

O clima na cidade após o acontecido

A frente do Hospital Municipal José Gil Barbosa, onde Gustavo estava sendo socorrido, ficou tomada por populares, que se mostravam revoltados com a ação da polícia.

Adilson Oliveira, pai do garoto, saiu do Hospital aos prantos e inconformado. “Perdi meu filho. Ele morreu”, disse com voz trêmula.

Gustavo comemorava com a família o aniversário do seu irmão quando foi atingido pelo disparo.

O caso será investigado pela Corregedoria da Polícia Militar que esteve no município apurando as informações.�