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Neymar se incomoda com substituições, mas mantém boa relação com técnico

A exibição de gala de Neymar na vitória do Paris Saint-Germain sobre o Estrela Vermelha, na última quarta-feira (3), no Parque dos Príncipes, terminou aos 36min do segundo tempo.
Logo após marcar seu terceiro gol no triunfo por 6 a 1, pela fase de grupos da Liga dos Campeões, o brasileiro foi substituído e deixou o campo cabisbaixo. Um claro incômodo com uma situação que tem sido frequente, mas que passa longe de gerar crise por conta do relacionamento paterno com o treinador alemão Thomas Tuchel.
A reação inicial de Neymar foi de descontentamento. No banco de reservas, sentou ao lado de Thiago Silva e Marquinhos -o primeiro também foi substituído e o segundo passou o jogo inteiro no banco- e reclamou da alteração. No fim do jogo, Tuchel foi em sua direção para um cumprimento que terminou em beijo e elogios ao pé do ouvido. Incomodado, o brasileiro pouco conversou.
"Falei para ele: 'Não me tira não, pô'. Mas foi uma brincadeira, eu tenho uma grande afinidade com ele. Então a gente conversa bastante. Mas foi isso ali no canto. Sempre quero jogar os 90 minutos", explicou Neymar.
Neymar passou toda a temporada passada sem ser substituído por Unai Emery nos 30 jogos disputados. Com Tuchel foi a quarta vez em nove jogos, tendo as duas últimas gerado o desconforto. Diante do Rennes, ela aconteceu quando se posicionava para a cobrança de uma falta aos 44min do segundo tempo. "Não foi nada. Queria cobrar a falta e ninguém gosta de ser substituído, né?", disse Neymar na ocasião.


Foto: C.Gavelle/PSG

"Tocar" em Neymar já foi algo grande. No Barcelona, com Luis Enrique no comando, o brasileiro foi substituído nove vezes em 51 jogos na temporada 2014/2015. Em uma delas deixou o campo chutando garrafa de água, explicitando a irritação. A cena forte levou Xavi a conversar com o atacante, pedindo respeito com o técnico e com o reserva Pedro, quem constantemente o substituía. Na temporada seguinte, sem o jogador espanhol no elenco, o brasileiro deixou o campo apenas uma vez em 48 jogos.
Em 2010, com 18 anos e jogando pelo Santos, a primeira reação de irritação com substituição já demonstrava ser difícil gerenciar o ato. O treinador Dorival Júnior tirou Neymar de campo na vitória contra o Palmeiras por 2 a 1, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro: "Sei que faz parte do futebol, mas aquele não era o momento de sair. O time estava crescendo e eu poderia ajudar bastante", comentou o atacante no fim do jogo.
No PSG, Neymar já passa pela temporada com o maior número de substituições desde o problema com Luis Enrique em 2015. Só que, mesmo assim, nem sempre se incomoda. Na primeira substituição, logo na estreia do Campeonato Francês, na vitória por 3 a 0 sobre o Caen, em agosto, o atacante deixou o campo aos 37min do segundo tempo e entendeu a situação por ainda se considerar longe da boa forma física.
Pouco antes, quatro dias após retornar de férias, sua presença na final da Supercopa da França diante do Monaco -o PSG venceu por 4 a 0 em jogo disputado na China- era desconsiderada por conta do pouco tempo de pré-temporada. E ela só aconteceu nos minutos finais por conta da já boa relação com Tuchel.
"O Neymar ficou o tempo inteiro (durante a partida) me pedindo: "Deixa eu jogar, deixar eu jogar". Eu pedia tranquilidade, mas teve uma hora que falei: "Ok, você vai entrar, mas joga pelo meio-campo para não se cansar muito", contou à época o treinador.