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'A forma como vemos mulheres mudou muito', diz atriz de Tomb Raider

A missão da atriz sueca Alicia Vikander no novo “Tomb Raider”, que estreia no Brasil nesta quinta-feira (15), não é das mais fáceis.

Além de superar a "maldição" que impossibilita boas adaptações de um game para o cinema, ela ainda tem de substituir Angelina Jolie no papel. Isso e ainda enfrentar os críticos que não a consideram uma escolha apropriada para viver Lara Croft.

A nova versão não agradou a todos. Uma pequena mas estridente parcela dos fãs masculinos reclamou muito. O argumento: a nova Lara, uma personagem criada para games, não era tão curvilínea quanto antes.

Com isso, a escolha da ganhadora do Oscar por “A garota dinamarquesa” (2015) foi criticada pelo mesmo motivo, mas ela não se abala.

“A sociedade e a forma como vemos mulheres e personagens mudou muito”, diz a atriz de 29 anos ao G1. “Eu acho que, se você encontrar qualquer jovem, homem ou mulher, na rua, e discutir o que acha atraente, ou o que quer ver no cinema, é diferente.”

Alicia Vikander em cena de 'Tomb Raider' (Foto: Divulgação)

Criada em 1996, a aventureira e caçadora de artefatos Lara Croft é uma das mais queridas dos games. A personagem passou por mudanças nesses 22 anos, em mais de 15 jogos e dois filmes. Mas a maior delas veio no game de 2013, responsável por renovar a franquia e sua protagonista.

A Lara apresentada nele é jovem e inexperiente, e dá ao jogador a oportunidade de acompanhar o seu desenvolvimento até a heroína tão conhecida. Muito bem recebido pela crítica, o jogo serve de inspiração para a nova adaptação ao cinema.

Para Alicia, a transformação afeta a maneira como o público percebe clássicos do passado.

“Eu vi nas últimas semanas alguns dos meus filmes preferidos, alguns dos filmes mais aclamados e conhecidos dos anos 1990, e fiquei: ‘Oh, meu Deus. Você não pode fazer ou falar essas coisas’”, conta Vikander.

“Isso mostra, graças a Deus, a mudança na sociedade e na cultura que tivemos.” Por isso ela espera que, ao trazer Lara Croft ao mundo atual, consiga agradar “tanto fãs quanto pessoas que não a conhecem em 2018”.

Longo caminho

As discussões sobre igualdade de gênero podem ter se intensificado nos últimos meses em Hollywood, mas ainda há muito o que mudar, segundo a atriz.

O próprio “Tomb Raider” é um bom exemplo disso. Apesar de ter uma mulher – Geneva Robertson-Dworet – em sua dupla de roteiristas, o filme ainda tem apenas homens na direção e na produção.

“Ainda há um longo caminho a percorrer, mas estou feliz ao ver que há mudanças e alguns filmes muito legais nos últimos anos, como ‘Jogos Vorazes’ (2012), ‘A Série Divergente: Insurgente’ (2015), ou ‘Mulher-Maravilha’ (2017).”

Alicia Vikander em cena de 'Tomb Raider' (Foto: Divulgação)

Amor por aventura

Vikander já mostrou que não é contra filmes de ação em “O agente da U.N.C.L.E.” (2015), ou avessa a grandes franquias em “Jason Bourne” (2016), mas “Tomb Raider” é seu primeiro papel como protagonista em um blockbuster.

No filme de estreia do diretor norueguês Roar Uthaug em Hollywood, Lara vai contra a vontade de seu pai desaparecido (Dominic West). Ela segue pistas deixadas por ele para explorar uma ilha remota, último local em que o milionário foi visto.

E é exatamente a aventura que a atraiu no projeto:

“Eu amava filmes de aventura, como ‘Indiana Jones’ e ‘A múmia’. Gastei a maior parte do meu dinheiro para ir ao cinema quando era criança”, conta a atriz.

“Então, chegar a esse ponto em que você recebe essa pergunta, se quer fazer parte disso, é realmente excitante.”