De acordo com o Anuário EstatÃstico de Trânsito do Piauà relativo ao ano de 2010, o número de vÃtimas fatais em acidentes de
trânsito no Estado cresceu 42%. Em 2009, foram 590 mortos; esse número saltou para 840 em 2010. Em todo o ano passado o Piauà registrou 10.517 acidentes, 51,8% deles com vÃtimas.
Com base nos dados disponÃveis no anuário, é possÃvel traçar um perfil das condições de grande perigo para a ocorrência de acidentes no estado. As rodovias federais apresentam um maior risco para o condutor que dirige à noite, especialmente das 18 à s 19 horas, horários cujos Ãndices gerais de acidentes são mais altos.
Durante a semana, os sábados e domingos, das 19h à s 20h, foram os mais perigosos em 2010. Em Teresina, o perÃodo considerado mais crÃtico vai das 12h à s 13h e das 17h à s 18 horas.
De todos os acidentes, 53% envolvem motocicletas. Os motociclistas correspondem a 56% dos feridos e 52% dos mortos em todas as ocorrências no Estado em 2010.
No ano passado, foram 3.463 motociclistas feridos, contra 2.095 de 2009. Os mortos subiram de 267 em 2009 para 444 em 2010.
Os números falam por si. Revelam o que todos que enfrentam o trânsito conhecem. Em Teresina e nas estradas que cortam o
Estado, imprudência, direção perigosa (muitas vezes associada a bebidas alcoólicas), desrespeito à sinalização e às leis de trânsito e a cruel convicção de que não pode ir um pouco mais devagar.
Nas cidades do interior, ausência quase total de sinalização, aumento descontrolado da frota de veÃculos e falta de fiscalização. Resultado: acidentes, traumas, mutilações e mortes. É preciso agir com urgência. Além de trazer os dados, o Anuário serve para subsidiar o planejamento de ações educativas e de fiscalização, vez que retrata também o perfil das ocorrências, com horários mais perigosos, perfil das vÃtimas e meses com maior número de casos.
O documento mostra, em toda a sua extensão, a falta de consciência comum aos condutores de veÃculos do PiauÃ. A maior parte dos acidentes poderia ser evitada com um pouco mais de prudência e cortesia. É preciso fazer com que a população entenda que os acidentes de trânsito não são, grande parte das vezes, acidentes, vez que são previsÃveis. Se o condutor age com imprudência, ele sabe que está colocando a própria vida e a de outras pessoas em risco, portanto, o "acidente" poderia ser evitado.
Para mudar o quadro atual não bastam campanhas educativas, nem somente a pedagogia da punição, é necessário haver uma comunhão de esforços para criar uma cultura de paz no trânsito piauiense. Um bom começo seria despertar cada cidadão para a sua condição mortal. Cada acidente que vitima um desconhecido poderia ter acontecido conosco.