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A crise do segundo filho

� � � � � � Quando o/a primeiro/a filho/a nasce é preciso reorganizar tudo, dentro e fora: sentimentos, prioridades, tempo, disponibilidade. Depois de um tempo, tudo se encaixa, tudo se organiza e a gente segue a vida com aquele novo ser. Cada nova fase da criança significa novas descobertas nossas sobre como ser pai e mãe.

� � � � � � Até que um dia, quem aparece para “bagunçar” o coreto? O/a segundo/a filho/a! Os pais já estão super seguros, não são mais marinheiros de primeira viagem, e tudo agora deve correr às mil maravilhas, certo? Errado! Do ponto de vista prático, tudo ok: já se sabe trocar fraldas, aliviar cólica e lidar com birra da criança maiorzinha. Mas o segundo bebê traz quase sempre no pacote uma culpa e um sentimento de traição ao primeiro.

� � � � � � É claro que isso não acontece com todos os pais e mães, mas temos visto por aí um fenômeno que chamamos de “crise do/a segundo/a filho/a”. Por mais desejada e planejada que seja a segunda gravidez, parece que quase sempre surge um medo de não amar o segundo bebê tanto quanto o primeiro, uma sensação de estar diminuindo o lugar do primeiro.

Engraçado também é que essa “crise” pode envolver até outras pessoas da família. Temos uma amiga que viveu a mesma sensação após o nascimento da segunda sobrinha. Ela, até para ajudar a irmã, dedicou-se ainda mais à mais velha e chegou a pensar que talvez não conseguisse cultivar o mesmo amor pela segunda sobrinha.

Muitos homens também relatam ter sentido algo semelhante. “Será que serei capaz de amar o segundo filho da mesma maneira?”, dizem. O tempo mostra que sim, mas entendemos que �para as mães talvez seja mais “natural” desenvolver a mesma relação afetiva com o bebê, afinal, o período da gestação traz o tempo necessário para o bebê e para a mãe irem se conhecendo um pouco. Para os pais e demais familiares, o contato mais direto acontecerá somente depois do parto.

Sabemos que cada criança, desde muito pequena, mostra a sua personalidade de maneira muito marcante. Uns são mais carinhos, outros choram mais. Mas, em comum, cada filho traz os encantos que somente ao pegar no colo, olhar no olho e sentir o cheirinho de cada um é que temos a certeza de que o amor aos filhos nasce com eles e morre com a gente.