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Ser mulher é uma ousadia que exige atos de resistência

Fui chamada de prostituta. Assim, sem que eu pedisse, sem que eu quisesse. Aconteceu esta semana, em uma postagem feita no Facebook. 

Um homem com o nome Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães (sim, ele repete o sobrenome) se achou no direito de postar que o “Empréstimo do governo do Wellington Dias a Caixa vai servir para pagar as prostitutas do jornalismo piauiense”.

Ele não citou meu nome, certamente nem me conhece, mas a frase agressiva e machista foi direcionada para uma mulher jornalista do Piauí. Justamente o que eu também sou, e por isso me senti diretamente atingida. 

Para os machistas, respeito é algo a que nenhuma mulher tem direito. Não importa se ela está dançando na balada, de roupa curta ou vestida com blazer, trabalhando desde as primeiras horas do dia. No fundo, o problema não é o que fazemos, mas qualquer coisa que fizermos. E as críticas nunca serão respeitosas ou construtivas.

É inaceitável a forma como os homens atacam a nossa honra. Prostituta, vadia, vagabunda… Assim somos chamadas quando querem nos atingir, mesmo que seja relacionado a algo profissional. Até quando a agressão é direcionada para outro homem, é a mulher que eles ofendem. Filho da puta! Vou comer tua mãe!

Homens como o Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães existem aos montes. Alguns estão bem perto de nós e torna a nossa vida bem difícil. Às vezes eles são diretos, outras vezes tentam disfarçar a misoginia, mas todos os machistas, sem exceção, nos agridem de alguma forma.

Ser mulher não é apenas uma questão de gênero. É uma ousadia que exige de nós estratégias de sobrevivência e atos diários de resistência.

Contra o Magalhães Ernesto Marinho Lincoln Magalhães e todos os tipos iguais a ele, sejamos fortes e unidas. É o único caminho viável.