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Crocs tenta se livrar da má fama de calçado feio

Não é difícil encontrar pessoas caçoando dos calçados Crocs nas redes sociais e nas rodas de conversa. A empresa sabe disso, assim como como conhece o potencial do calçado entre seus fiéis consumidores, que não perdem a oportunidade de expressar seu amor pela marca apesar da trollagem alheia. Mas qual estratégia usar para atrair novos clientes sem se desfazer dos já conquistados?

�“O nosso desafio é comunicar ao consumidor sobre os novos produtos mantendo nossas características”, responde a diretora de Marketing da empresa no Brasil, Thaís Leiroz. Além das sandálias tradicionais, a marca reúne novidades como tênis, rasteirinhas, sapatilhas, botas e até mesmo sapatos sociais. No total, são 300 modelos no mundo e 75 no Brasil.

Apesar da grande quantidade de lançamentos, a maior parcela de vendas da Crocs continua vindo do tradicional clog. “Tem gente que realmente não gosta e a gente sabe disso até pela questão da inovação do calçado, mas ainda assim há um alto número de vendas. Tem gente que ama o clog”, diz Thaís. Os calçados comuns da Crocs atraem principalmente crianças, profissionais da área da saúde e da gastronomia gerando 47% das vendas.

Filho feio

No entanto, a forte ligação da imagem da marca com o clog deixa pouco espaço para os lançamentos. “É dificil o consumidor fora do ambiente Crocs identificar esses novos produtos”, admite a diretora. Para driblar essas dificuldades e atingir a meta de dobrar as vendas globais em cinco anos, a empresa planeja colocar os novos sapatos nas vitrines dos pontos de venda e deixar o clog, conhecido por todos, no fundo da loja.

A estratégia não é bem vista pelo professor da FMU e consultor Wagner Luiz. “É como esconder o filho feio quando, na verdade, você tem público para ele”, diz. “A empresa tem que tratar todos os produtos da mesma forma para mostrar variedade aos clientes”, aconselha.

Mas o especialista reconhece que a técnica pode dar certo se a ação demonstrativa nos pontos de venda for eficiente. “80% de todas as vendas acontece no ponto de vendas. O vendedor tem que ser professor, ensinar como funciona, explicar sobre o conforto, apresentar modelos e cores”, esclarece. “O que faz rejeitar muitas vezes é a falta de conhecimento.”