As eleições nos E.U.A se
acirram com o ingresso do bilionário ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg,
que tem como objetivo derrotar Donald Trump nas urnas. Como dito, bilionário,
neto de imigrantes, estando entre uma das figuras mais conhecidas na imprensa,
política e economia dos E.U.A e agora com o desígnio de reconstruir os Estados
Unidos como presidente, em uma pretensa era pós Trump. Por sinal, Bloomberg é
bem mais rico do que Trump, sendo na verdade uma antítese desse. Cultivou uma
ditosa imagem de empresário, magnata da mídia e filantropo. Bloomberg é o homem
com a oitava maior fortuna do mundo, segundo a revista Forbes, tendo entrado
agora em novembro nas disputas primárias do Partido Democrata para escolher o
candidato da sigla na eleição presidencial de 2020. Afirmou ele: "Me
proponho a ser presidente a fim de derrotar Donald Trump e reconstruir os E.U.A.
Acredito que meu conjunto único de experiência em negócios, governo e
filantropia me permitirá ganhar e liderar". Segundo a imprensa americana,
depois de hesitar em participar de campanhas anteriores, Bloomberg decidiu
fazê-lo agora por causa do seu temor de que os candidatos democratas com maior
apoio até o momento (Joe Biden, Elizabeth Warren e Bernie Sanders) não sejam
capazes de vencer o atual presidente. De maneira muito lúcida Bloomberg
asseverou "Não podemos permitir mais quatro anos das ações imprudentes e
antiéticas do presidente Trump. Ele representa uma ameaça existencial ao nosso
país e aos nossos valores. Se ganhar outro mandato, nunca poderemos nos
recuperar dos estragos", disse ele em comunicado. A participação de Bloomberg
nesta eleição será uma grande revolução na campanha democrata, marcada até
agora por candidatos que basearam grande parte de seu discurso no debate sobre
a desigualdade de riqueza nos Estados Unidos. Bloomberg, de 77 anos, tem uma
fortuna estimada pela Forbes em US$ 54 bilhões (cerca de R$ 228 bilhões), e
Trump, de US$ 3 bilhões (ou R$ 13 bilhões). Segundo um estudo da organização
não governamental britânica Oxfam, baseado em dados do banco Credit Suisse
referentes a 2015, os oito homens mais ricos do mundo possuíam tanta riqueza
quanto as 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre do planeta. No
início de novembro, quando a possibilidade da candidatura de Bloomberg começou
a ser comentada, Trump afirmou que "não havia mais ninguém que preferisse
enfrentar do que o pequeno Michael". A campanha do democrata já separou
mais de US$ 30 milhões (quase R$ 127 milhões) em anúncios na televisão,
considerada a maior compra de publicidade política na história das eleições
primárias do país. Bloomberg ainda anunciou que sua campanha será paga com seu
próprio dinheiro, algo que Trump prometeu no início de sua campanha nas
primárias republicanas e não cumpriu. Bloomberg, nascido em 1942, na cidade de
Boston, Massachusetts, cresceu em uma família judia vinda da região atualmente
de Bielorrússia. Estudou engenharia elétrica na Universidade Johns Hopkins e
depois fez um mestrado em administração de empresas na Universidade Harvard que
marcaria o resto de sua vida e sua fortuna. Depois de se formar, seu primeiro
trabalho foi em Wall Street, tendo ingressado no banco de investimentos Salomon
Brothers, onde era responsável pelo comércio de ações e, posteriormente, pelo
desenvolvimento de sistemas. No entanto, em 1981, o banco foi comprado e
Bloomberg foi demitido, iniciando e fundando assim suas atividades no
conglomerado de mídia que leva seu nome. Mas, retornando a campanha, sua
entrada na disputa pelo posto de candidato democrata em 2020 gerou desconforto
entre alguns colegas de partido, como os senadores Elizabeth Warren e Bernie
Sanders. Para eles, trata-se de outro bilionário que busca usar sua fortuna
para ganhar votos e fechar negócios no Salão Oval. Apesar que, o histórico de
Bloomberg o legitima como sendo completamente diferente de Trump. Sua entrada
na disputa oferece principalmente um meio de direcionar para o centro o Partido
Democrata que se via em um caminho arriscado para a esquerda. Enfim, se existe alguém que poderia reafirmar os valores americanos e
afastar Donald Trump da presidência, esse alguém é Michael Bloomberg.