“As pessoas querem os privilégios
do Evangelho, mas desprezam as obrigações do Evangelhoâ€. Ouvi esta frase essa
semana e fui impactada. Primeiro porque a palavra utilizada não foi “direitosâ€, mas sim “privilégiosâ€. Tudo o que Jesus nos
proporciona não passa disso, é pela sua graça (favor que não merecemos) e amor desinteressado.
Ou melhor, com apenas um interesse: o de conceder ao homem a liberdade.
Mas parece que é tão difÃcil entender que ser livre não significa fazer o que o mundo diz que é legal, mas sim ter o poder de dizer não à quilo que faz mal para mim e para a minha comunhão com Deus. A grande questão é que ter um relacionamento com ninguém menos que o Criador do Mundo, que também decidiu criar alguém especial para dominar sobre toda a criação, é mais sublime que qualquer coisa. É inegociável. É maior e melhor que qualquer prazer momentâneo e terreno.
Em segundo lugar, fui impactada porque comecei a pensar sobre estes privilégios e obrigações. Lembrei-me do jovem rico (Mateus 19:16-22), que teve um encontro com Jesus e tinha o desejo de conquistar a vida eterna, um alvo nobre e por si só admirável. Jesus, então, explicou que ele poderia ter este privilégio, contanto que tomasse uma decisão: a de amar a Deus acima de todas as coisas, incluindo as riquezas que ele acumulava. Isto foi pedir demais ao jovem, que voltou triste para seu caminho, preferindo viver longe de Cristo.
É muito fácil querer ser amado por um Ser Perfeito, que nos amou sendo nós pecadores (Rm. 5:8); não tão fácil é aceitar e confessar diante dos homens que Cristo é o Senhor da sua vida (Lc. 12:8). É simples divulgar no Insta, Twitter e Face que Deus é amor e ama a todos (Jo 3:16); mas nem tanto é ser santo em toda a maneira de viver, como ensina a sua Palavra (I Pe. 1:15). Também não exige muitos esforços dizer que segue os passos de Cristo, embora seja difÃcil negar a si mesmo, tomar a cada dia a sua própria cruz, e então segui-lo (Lc. 9:23). Talvez seja fácil até convidar Jesus para entrar em sua casa, mas exige uma atitude de maior amor sentar-se aos seus pés para ouvi-lo (Lc. 10:42). É bom desfrutar da liberdade religiosa do nosso paÃs, que nos permite ouvir a palavra em muitos lugares e sermos alimentados, porém exige mais esforço decidir obedecer aos ensinamentos de Cristo, o que inclui ir e pregar o Evangelho a toda criatura, e contribuir para que esta Palavra seja pregada em outros paÃses: orando, financiando e indo.
Por fim, é fácil digerir a mensagem do amor, do perdão e do “vinde a mim todos os cansados e oprimidosâ€. Mas para ter um relacionamento Ãntimo com Deus, é necessário se comprometer também com as ordenanças, que incluem carregar a sua cruz, não ter a si mesmo como prioridade e obedecer à Palavra integralmente. �
“Felizes são os que ouvem a Palavra de Deus e a guardamâ€. (Lucas 11:28).�