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Estou em obras. Desculpe o transtorno.

“Deus preferiu essa carne, não quis os templos que eu posso construir com minhas mãos; me fez morada, eu sou morada, lugar de Deus, que não está lá fora, mas sim mora dentro de mim”. (Trecho da música “Casa”, Palavrantiga).

Dia desses ouvi uma pregação a respeito do amor ao próximo, tema recorrente e sempre tão desafiador. O próximo não é quem eu gostaria que fosse: não é minha mãe, meu pai, meus irmãos, meu cônjuge ou meus amigos. Esses eu amo naturalmente, e é bem fácil amá-los, já que eles também me amam, cuidam de mim, demonstram carinho e atenção. Meu próximo é quem eu conheço pouco, é quem eu não conheço de jeito nenhum e é quem eu conheço e não me faz nenhum bem.

Um certo doutor da lei fez esta pergunta a Jesus: “Quem é o meu próximo?”. Para explicar, o mestre contou a parábola de um samaritano que “perdeu o seu precioso tempo” ajudando um estranho:

“Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;

E, aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre o seu animal, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;

E, partindo no outro dia, tirou dois dinheiros, e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que de mais gastares eu to pagarei quando voltar”. Lucas 10:33-35

Nós temos andado tão atribulados e ocupados que talvez não tenhamos tempo de sentir compaixão por ninguém. Mas apesar das atribuições do dia a dia, dos problemas pessoais, da atenção que já é dedicada aos “mais próximos”, devemos também ser atentos a este próximo de que Jesus fala.

E aí entra o assunto central desse texto. Nenhum de nós é perfeito. Mesmo cristãos, sendo seguidores de um Deus Perfeito, só podemos dizer que estamos em obras, em processo de santificação contínua. Um dia seremos perfeitos, quando a nossa morada for o céu. Até este dia chegar, causaremos, mesmo sem querer, alguns transtornos por aqui, e também sofremos com os transtornos causados pelas obras realizadas na vida do próximo.

Até este dia chegar, frequentemente desagradaremos com tanta imperfeição. Isso só não pode é virar desculpa para destratarmos as pessoas. “Ah, estou em obras, e toda obra incomoda”. Não. O correto é: “Hoje desagradei por isso, amanhã esta parte da obra estará concluída e não causará mais transtornos”.

Somos morada do Espírito Santo, se permitirmos, Ele é poderoso para, todos os dias, rebocar paredes, retirar o entulho e fazer o melhor acabamento.