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A fome e o medo

Dia desses, dirigindo por aí, vi um morador de rua num semáforo, carregando uma placa “TENHO FOME”. Eu me comovi duplamente. Primeiro porque o relógio marcava cerca de uma hora da tarde e eu já não estava com fome, porque para mim a hora do almoço tinha sido de fato a hora do almoço. Segundo, eu me comovi porque, se eu fosse escolher uma placa para carregar, seria: “TENHO MEDO”.

Temos medo das ruas, da violência, dos assaltos. Temos medo até de quem só tem fome, porque os fatos do dia a dia nos ensinam a fugir das pessoas e a considerar todas suspeitas. Tenho medo de perder a sensibilidade e de deixar de fazer o que Cristo faria se estivesse no meu lugar.

Não precisamos e nem podemos salvar todo o mundo, acabar com a fome da humanidade, curar todas as feridas, resgatar todos os usuários de drogas, mas quando não pudermos fazer quase nada, ainda é possível fazer algo que é grandioso: orar.

Foi o que fiz. Orei por aquele moço da placa “Tenho fome”, orei por mim para que eu possa estender a mão com mais frequência, orei por quem já perdeu a sensibilidade, e vou continuar orando.

Ainda assim continuei me perguntando o que fazer para melhorar o mundo. Lembrei que a Bíblia nos diz que sempre haverá pobres na terra, mas o mesmo livro nos ensina a exercitarmos sempre o amor e a solidariedade.

A Bíblia mostra ainda que a maior necessidade do ser humano, ricos ou pobres, não é do pão físico, e sim do espiritual. A maior necessidade que o homem tem é de Deus, é de perdão, é de uma nova vida em Cristo. Se tivermos Jesus nos nossos corações, podemos ser os mais pobres materialmente, e mesmo assim teremos a vida mais abundante.