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Servidores questionam novas regras para eleição na UESPI

Com a nova mudança, voto de servidores e professores tem peso de 15%. Para eles, decisão foi unilateral

26/08/2017 08:36

 Os técnicos-administrativos da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) se posicionaram contra a alteração na paridade de votação para eleger o reitor da instituição. A nova mudança estabelece que o voto dos professores tem peso de 70%, enquanto o dos alunos e técnicos possui apenas 15% cada. Antes da modificação, as três categorias da comunidade acadêmica tinham peso equilibrado de um terço (1/3). 

Para os servidores, a decisão foi tomada de forma unilateral, visto que os representantes da categoria dos estudantes e dos técnicos não estavam presentes na reunião do Conselho Universitário (Consun) que definiu e votou pela mudança. 

“Decidiram que o percentual ia mudar sem a presença de representantes dos alunos e dos técnicos. E isso fere a equidade da representação e cada parcela. Tinha que ser igual para todos. Numeralmente, um professor vai votar por 63 técnicos. Um professor pode eliminar o voto de todos os técnicos de um Campus, por exemplo. A presença mínima dos professores já é suficiente para eleger o reitor”, critica o técnico-administrativo Francisco das Chagas. 

A reunião do Consun aconteceu no dia 15 de agosto e, no dia 17, os técnicos fizeram uma manifestação de repúdio à decisão. “Logo que a categoria tomou conhecimento disso, houve uma manifestação. Foi protocolado um documento encaminhado ao sindicato desse repúdio, para que ficasse registrado que todos os técnicos não concordavam com isso”, explica a técnica Helodí Rosa.

Por conta disso, o sindicato dos técnicos da UESPI organizou uma assembleia para decidir e homologar os representantes da categoria que não foi representada no Consun pedindo que seja revisto o peso dos votos. 

O estudante Marcus Vinícius se posiciona contra a modificação e afirma que se todos fazem parte da instituição, as três categorias deveriam ter o mesmo peso de voto, uma vez que as consequências do voto refletem em todos. Já a estudante Andreia Vieira concorda com a alteração sob alegação de que o contato com os candidatos a reitor é mais direto entre a categoria dos profissionais de educação. 

“Quem sabe a realidade são os professores, o que a gente sofre não é tanto quanto eles. Quem está lá dentro é que sabe as necessidades, conhece a pessoa, sabe o que fazem. O que nós alunos sabemos é o que nos é informado, mas muita coisa fica por baixo. Diretamente, a gente não tem nenhum acesso, então não discordo”, frisa ela. 

Esclarecimento 

O reitor Nolga Cardoso esclarece que a administração superior da UESPI também se po-sicionou contra a modificação, mas foi voto vencido na reunião do Conselho Universitário. “Está registrado em ata e no áudio que o encaminhamento por parte da administração superior no edital das eleições estabelecia as mesmas condições de peso de voto das três categorias, iguais as da última eleição que tiveram na universidade, mantendo os mesmos pesos da eleição anterior ir, mas a maioria votou pela alteração”, explica. 

O reitor conta que alguns membros do Conselho levantaram a sugestão de que fosse seguida o que é estabelecido a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que preconiza a distribuição do voto das categorias em uma proporção de 70% para professores, 15% para alunos e técnicos. 

Ele esclarece ainda que todos os representantes foram informados da reunião, mas que representantes das categorias estudantil e técnicos não compareceram. “Todos os segmentos têm representação no conselho, mas no dia não estavam por opção deles, porque foram todos informados. Informamos tanto o DCE quanto os representantes, assim como informamos o sindicato e as pessoas que iriam representar a categoria na reunião”, alega.

Edição: Aline Rodrigues
Por: Karoll Oliveira
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