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Segurança no transporte coletivo gera impasse entre Setut e SSP

SETUT alega que a instalação do botão do pânico não reduz o índice de criminalidade. Enquanto a SSP aponta o mecanismo como medida eficaz para prevenção de assaltos.

22/09/2017 17:38

A solicitação feita pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), para a instalação do botão do pânico nos ônibus que compõe o sistema de transporte urbano de Teresina, tem gerado um impasse entre o SETUT e a Secretaria Estadual de Segurança (SSP/PI). Isso porque, de acordo com o SETUT, a instalação do botão do pânico não tem eficácia comprovada. Já a Secretaria de Segurança alega que a medida tem reduzido drasticamente o número de assaltos em transportes, como é o caso dos táxis na capital.

Procurados pelo O DIA para comentar sobre as medidas de segurança que podem ser tomadas para diminuir o índice de criminalidade nos ônibus da capital, o SETUT informou que as ações devem ser desenvolvidas pelo órgão responsável pela segurança no estado, no caso a Secretaria Estadual de Segurança (SSP/PI). Sobre a instalação do botão do pânico, o presidente do SETUT, Marcelino Lopes, afirmou que não há comprovação de que este é eficaz para diminuir o número de assaltos. 

Segundo ele, a instalação da ferramenta pode trazer resultados negativos para quem usa o transporte coletivo diariamente. “Em quase todas as capitais do Brasil, as empresas instalaram o botão do pânico e depois retiraram porque não houve efeito positivo. O que pode acontecer é o assaltante ficar mais nervoso e acontecer algo pior”, diz, destacando que o índice de assaltos poderia ser resolvido com mais policiamento, em especial a noite, horário em que a maioria dos crimes são registrados.

Já a Secretaria de Segurança argumentou que a tecnologia é um instrumento eficaz que ajudaria na prevenção desses crimes, como foi o caso dos taxistas em Teresina. “Verifica-se esse resultado positivo no setor dos taxistas, onde após a instalação do sistema os índices caíram drasticamente. Entretanto, a implantação do sistema demanda um investimento por parte do empresariado do transporte coletivo como aconteceu em outras capitais do Brasil”, disse em nota.

Para garantir mais segurança, a Secretaria de Segurança anunciou que irá intensificar a realização de operações para reduzir a criminalidade em Teresina. A partir de outubro, de quinta à segunda-feira, não haverá expediente administrativo nos batalhões da Polícia Militar de Teresina, e os policiais dessas unidades atuarão no policiamento ostensivo em áreas onde se concentram os maiores registros de violência. Ainda de acordo com o órgão, a Polícia Militar contabilizou na primeira quinzena do mês de setembro quatro ocorrências de assaltos a ônibus na capital, sendo que três dessas terminaram com a prisão em flagrante dos acusados. 

Táxis deixam de registrar assaltos

Há pelo menos três não há indício de assaltos à táxis em Teresina. A informação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Segurança. De acordo com o órgão, a redução está relacionada à instalação do botão do pânico em parte das unidades de táxis. Ao todo, são 2.048 veículos credenciados e cerca de 700 possuem o botão do pânico.

Para o presidente do Sindicato dos Taxistas de Teresina, Raimundo Bezerra, a medida auxilia na prevenção de crimes dessa modalidade, pois intimida a ação dos assaltantes. “Houveram tentativas, mas não chegou a ser consumado. O botão é apenas uma das ferramentas que podem ajudar a nos trazer mais segurança”, diz. 

Entenda 

Nesta quinta-feira (21), o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro) deliberou, em assembleia geral realizada na sede da entidade, que durante todo o mês de outubro, os motoristas e cobradores do transporte coletivo de Teresina farão paralisações diárias para chamar a atenção das autoridades de segurança e das empresas de ônibus sobre o número alarmante de assaltos ao transporte coletivo registrado diariamente na capital. 

As primeiras ações do cronograma de paralisação acontecerão no Centro de Teresina, a partir do dia 1º de outubro. A ideia inicial é de que os ônibus parem de circular por uma ou duas horas em determinadas regiões para não prejudicar a população teresinense. Além das paralisações, a categoria também realizará passeatas e manifestações em alguns pontos do Centro da capital. 

Por: Nathalia Amaral
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