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Roubo de pickups aumenta em ano eleitoral, alerta delegado

No mês de janeiro houve aumento de 33% na quantidade de veículos roubados em Teresina, comparado com o mesmo período de 2017.

25/03/2018 08:41

Algumas das pickups que transportam candidatos em busca de votos pelos municípios do interior dos estados, pode ser um veículo roubado. De acordo com os registros da Polinter, as encomendas de roubo desse tipo de carro aumentam quando está perto das eleições.

Segundo o delegado Luciano Alcântara, da Polinter, políticos e fazendeiros do interior do Maranhão são os principais receptadores dos carros roubados no Piauí. “Da mesma forma, os carros de lá são encontrados no interior daqui. É muito lucrativo para a quadrilha adulterar e vender o veículo”, afirma o delegado.

A estatística da Secretaria de Segurança Pública do Piauí aponta que, em janeiro deste ano, houve um aumento de 33% na quantidade de veículos roubados em Teresina, comparado com o mesmo período do ano anterior. Foram 211 registros em 2018 e 158 em 2017.

Para Luciano Alcântara, ainda não é possível afirmar que esse aumento em janeiro já é consequência de encomendas para as eleições deste ano. “No final de 2016 nós fizemos muitas prisões. O desmantelamento das quadrilhas contribui para a redução de assaltos no início de 2017. O número foi realmente muito baixo em janeiro do ano passado”, explica.

Um ano depois, ele acredita que os presos já estão soltos, praticando novos assaltos e cooptando mais pessoas para o crime. “Existem dois fatores: a criminalidade que aumenta de um modo geral e o retorno dos membros das quadrilhas”, afirma Alcântara.


'As mulheres são as principais vítimas desses assaltos', disse o delegado. Foto: Reprodução

Mas o comparativo entre 2016 e 2017 comprova o aumento de roubos em ano eleitoral. Foram 2.466 registros na Polinter em 2016 e 2.199 em 2017. A média anual é de aproximadamente um veículo roubado a cada 4 horas em Teresina.

As mulheres são as principais vítimas desses assaltos. “Elas são abordadas principalmente quando estão sozinhas, na entrada ou na saída do trabalho ou de casa”, diz o delegado.


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Destino dos veículos roubados

O destino dado aos veículos roubados é diferente de acordo com a atuação e o objetivo da quadrilha. Além de atuar por encomenda, os bandidos também roubam carros para praticar assaltos a bancos ou para usar em outros crimes.

Segundo o delegado Luciano Alcântara, nos assaltos por encomenda, o carro é entregue a quem contratou, e passa a ser utilizado em um município do interior. “Ocorre, às vezes, de outro traficante comprar”, afirma.

Quando o objetivo é assaltar bancos, o veículos preferido são os carros mais possantes, ideais para agilizar a fuga. “Geralmente esse veículo é abandonado ou queimado logo em seguida”, explica o delegado.

Há, ainda, os roubos de carro para praticar assaltos dentro da cidade. Quando o objetivo é esse, o veículo é abandonado poucas horas depois. “Os bandidos sabem que, se ficar com o carro, logo serão localizados pela polícia”, diz Luciano Alcântara.

Existe também a possibilidade de vender o carro para quem não sabe que ele foi roubado. “No interior as pessoas caem nesses contos. O assaltante diz que é financiado e na verdade o veículo foi adulterado”, conta o delegado.

Furto de motos

Em Teresina, o roubo de carros para desmanche é uma raridade, mas bastante comum entre as motos. Segundo o delegado Luciano Alcântara, os furtos dos veículos de duas rodas são facilitados pela falta de segurança de fábrica. “Todo dia tem. A pessoa deixa a moto em frente de casa e entra para almoçar, quando volta não encontra mais”, conta.

Nesses casos, os assaltantes são jovens, às vezes adolescentes, usuários de drogas. “Eles usam faca ou fingem que estão armados. Podem até estar sozinhos. Quando é assaltante de carro, usa arma de fogo e age em dupla ou em trio”, descreve o delegado.


Por: Nayara Felizardo
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