Quem
precisou do transporte público de Teresina nesta terça-feira (13) encontrou
dificuldades. Seja para chegar ao trabalho ou voltar dele, muitos usuários tiveram
que pensar em outras alternativas para cumprir os compromissos nesse primeiro dia de greve . O trânsito no Centro ficou lento. Os muitos carros de passeio que
circulavam pelas ruas evidenciavam que uma das formas encontradas pelo público foi
o transporte por aplicativo.
Foto: Arquivo/ Jornal O Dia.
Na Praça da Bandeira, uma das mais movimentadas da cidade, houve pouca movimentação. Sem pessoas nas paradas, a vendedora ambulante Natália disse à O Dia TV que as vendas foram prejudicadas. “Está sendo prejudicada porque não tem ninguém pra comprar”, resumiu.
Se estava difícil pra quem esperava o cliente chegar, imagina para ele que precisava se deslocar pela cidade. Restou aguardar pelo transporte alternativo cadastrado pela prefeitura.
“A gente precisa se locomover e o único meio que temos é o transporte público”, declarou uma usuária.
“Vou chegar atrasado no meu serviço por causa da greve. Levantei cedo, mas não teve jeito. Disseram que teriam pelo menos 30% rodando, mas até agora nada”, reclamou outro.
Todo esse transtorno é resultado das reivindicações dos trabalhadores que solicitam, dentre outros pontos, o cumprimento da Medida Provisória 936, fornecimento de equipamentos de proteção individual aos trabalhadores, sanitização dos ônibus e pagamento de benefícios como auxílio alimentação e plano de saúde.
“Não temos apoio e nem estrutura para executar essas atividades haja vista que a empresa não nos fornece Equipamentos de Proteção individual (EPIS) necessários além de não termos terminais adequados para fazermos nossas necessidades”, disse o motorista Francisco à O Dia TV.
Hoje, o sindicato Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (SETUT) informou que vai acionar a justiça contra a greve. Segundo a entidade, o anúncio da paralisação ocorreu de surpresa e que vem cumprindo com os pagamentos da folha aos seus colaboradores. Os trabalhadores alegam que todos os órgãos competentes foram devidamente informados sobre o movimento.
Ônibus devem rodar com 70% da frota em horário de pico
Uma liminar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) solicitada pelo Setut determina que nos períodos considerados de pico pela Strans, sendo três horas pela manhã (de 6h às 09h) e três horas no final do dia (17h às 20h) de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 6 às 9h e das 12 às 15h, o funcionamento deve alcançar pelo menos 70% (setenta por cento) da frota. Ainda segundo documento, nos demais horários, e aos domingos, deve-se manter o funcionamento de pelo menos 30% (trinta por cento) da frota. O descumprimento resultará em multa diária no valor de R$ 50 mil ao SINTETRO.
A greve segue sem data para terminar. Os transportes só voltam ao normal quando houver uma negociação entre as partes.
Por: Jorge Machado e Lalesca Setúbal, da O Dia TV