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Passageiros denunciam superlotação em vans alternativas de Teresina

Os veículos não estão respeitando o distanciamento social entre as pessoas nem cumprindo com as medidas de higiene

16/06/2020 14:20

Apesar das recomendações para se manter o isolamento social, nem todos os trabalhadores podem cumprir com as orientações, especialmente aqueles que trabalham em serviços essenciais. E para conseguir chegar ao trabalho, muitos desses trabalhadores estão tendo que se aventurar nas vans e ônibus alternativos cadastrados pela Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito de Teresina (Strans), já que o transporte coletivo está em greve há 32 dias e segue por tempo indeterminado.

Porém, somente 54 veículos alternativos foram cadastrados para atender toda a cidade de Teresina. Com isso, é comum presenciar ônibus e vans com superlotação e passageiros sendo expostos ao risco de contaminação pelo coronavírus. Segundo um morador, que preferiu não se identificar, as regiões mais distantes e extremas da Capital são as mais afetadas. 

Ele conta que mora no Residencial Torquato Neto, extrema zona Sul de Teresina, e trabalha no bairro Vermelha. Para chegar ao trabalho, que inicia às 8h, ele precisa sair de sua residência às 6h e, mesmo saindo muito cedo de casa, ainda encontra o transporte lotado.


“Aqui na zona Sul só tem três vans que fazem linha Porto Alegre / Torquato Neto / Shopping, sendo que dessas, duas só aceitam pagamento em dinheiro e um ônibus recebe passe eletrônico ou papel, ou seja, quem recebe passe da empresa fica sujeito a pegar só essa van. Desde quando a greve começou as vans estão lotadas, porque não temos opções”, comenta.

O passageiro ainda cita que a lotação é maior em horários de pico, como no início da manhã e no final do dia. Ele pontua que as todas as paradas, desde o Residencial Torquato Neto até a Vila Irmã Dulce estão lotadas e que nem todos os passageiros conseguem entrar no transporte.

Com a superlotação, todos estão vulneráveis à contaminação. Além disso, não é oferecido aos passageiros álcool em gel na entrada ou saída do veículo, muito menos feita uma sanitização das barras e corrimões do transporte. “Não existe distanciamento social, especialmente nesses bairros mais pobres, como Torquato, Porto Alegre, Irmã Dulce e Parque Piauí, mas é o que tem e o que temos para trabalhar”, acrescenta o passageiro, enfatizando que as vans não circulam aos finais de semana e que os moradores precisam utilizar transporte por aplicativo ou táxis, comprometendo o orçamento no final do mês.

Contraponto

A Strans informou que já encaminhou a denúncia para o setor de Fiscalização do órgão e que irá apurar o fato. Além disso, destacou que motoristas dos ônibus e vans cadastrados foram orientados a não deixarem que o veículo fique superlotado e que toda e qualquer situação de descumprimento de normas só pode ser feita se houver flagrante de descumprimento.

Para amenizar o impacto da greve dos motoristas e cobradores de ônibus, foram cadastrados 54 veículos, no qual todos os condutores foram orientados com relação aos protocolos de higiene para o transporte da população.

Por: Isabela Lopes
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