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Motoristas de ônibus e cobradores fazem paralisação em protesto no Centro

Cerca de 200 ônibus pararam, formando fila desde a Praça da Bandeira até a avenida Frei Serafim; Trabalhadores protestam por mais segurança.

10/10/2017 10:40

(Foto: Letícia Santos/ O Dia)

Cerca de 200 ônibus fizeram uma fila que percorreu diversas ruas do Centro de Teresina, na manhã de hoje (10). O ato é um protesto dos motoristas e cobradores para exigir medidas contra a violência dentro dos veículos. A categoria reclama que trabalha sob ameaça dos bandidos, e é obrigada pelas empresas a pagar os prejuízos causados pelos assaltos que ocorrem dentro dos coletivos.

A fila de ônibus começou na parada da Praça da Bandeira, onde os primeiros veículos desligaram os motores, e se estendeu por várias ruas, até a avenida Frei Serafim. O protesto começou às 9h. Após a paralisação, que deve durar por volta de 3 horas, o comboio irá sair em passeata, passando pela avenida Maranhão e seguindo pela avenida Marechal Castelo Branco.

Segundo Francisco das Chagas, do Sintetro (Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte), o protesto já havia sido marcado em assembleia com a categoria ainda em setembro, e deve ocorrer por todo o mês de outubro em manifestações pontuais, como a de hoje.

(Foto: Letícia Santos/ O Dia)

Os trabalhadores alegam que são obrigados a cobrir os prejuízos causados por criminosos que assaltam os ônibus. “Por isso estamos fazendo essa manifestação, para chamar a atenção da sociedade e da prefeitura, por que não pode ficar desse jeito”, disse Francisco.

A categoria protesta também contra a redução do número de veículos circulando em Teresina. Segundo Francisco das Chagas, atualmente o número de ônibus circulando na capital é de 440, mas já chegou 490 coletivos. “Somos contra isso. Como é possível que Teresina aumente o número de habitantes e reduza o número de Ônibus? É mais stress para o motorista, para o passageiro a demora na parada de ônibus aumenta”, argumenta. 

(Foto: Letícia Santos/ O Dia)

Setut

O Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina) informou por meio de nota que pode aplicar multas administrativas contra os servidores que participaram da manifestação realizada hoje (10). Leia abaixo a nota na íntegra:

O SETUT – Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Teresina reafirma que tem adotado medidas preventivas e que está ao lado dos passageiros, além de motoristas e cobradores, na reivindicação de mais segurança pública, já que também sofre os efeitos da insegurança no sistema de transporte.

As empresas não têm poder para atuar na segurança pública, mas contribuem com o envio de informações aos órgão competentes sobre as rotas e horários com mais incidência de assaltos para que possam agir preventivamente ou, quando necessário, realizar a prisão dos envolvidos.

A entidade esclarece que, de acordo com a convenção coletiva, existe um procedimento padrão junto aos cobradores que é de, sistematicamente, fazer retiradas de valores da gaveta e armazenar em um compartimento próprio os valores arrecadados da tarifa. Na gaveta dos ônibus deve constar somente em torno de R$ 30,00 para ser utilizado como troco, conforme estabelecido em acordo coletivo da categoria de motoristas e cobradores.

Quando acontecem os furtos e os valores levados são bem superiores ao determinado pelo Sistema de Transporte, esses valores são descontados do cobrador; visto que o mesmo não seguiu a regra estabelecida pela convenção coletiva, ficando sujeito às penalidades previstas.

Quando o valor furtado é de R$ 30,00, de acordo com a regra estabelecida, esse valor não é descontado do funcionário.

O Setut informa ainda que analisa os efeitos práticos do Botão do Pânico no que se refere à redução dos índices de violência no transporte público, a partir da experiência de outras cidades. Além disso, a mudança de rota, que gera atraso no itinerário do transporte coletivo de Teresina, por motivos não justificáveis é passível de multa administrativa definida pela Superintendência de Trânsito e Transportes de Teresina (Strans). O Sindicato tem atuado em parceria com a Strans na fiscalização do cumprimento da rota dos ônibus na capital.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Andrê Nascimento, com informações de Letícia Santos
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