Tudo começou como um hobby. Conhecer cervejas especiais de diferentes partes do mundo durante as viagens fomentava o interesse de Disraeli Rocha, um apreciador e estudioso do ramo de cervejas especiais. Com o tempo, o tino empreendedor falou mais alto e Disraeli deixou de apenas apreciar para também produzir e criar a sua própria marca de cerveja. 

Atualmente, a criação do empresário, a cerveja Piau, já tem sua própria fábrica na zona Leste de Teresina, que une não só a produção da bebida maltada como também atrações outras para o visitante. “Sempre convivi com minha família fazendo as bebidas, seja cajuína ou a cachaça do caju. No intercâmbio que fiz no Canadá, conheci uma fábrica de cerveja artesanal e fui me apaixonando mais ainda por essa arte”, conta. 

Além do Canadá, após conhecer grandes fábricas de cerveja em todo mundo, entre elas em locais como Holanda, Irlanda e New York, o piauiense optou por se especializar na área e concluiu um curso técnico de cervejaria no Rio de Janeiro. "A paixão começou a virar profissão", destaca. 

A marca criada por Disraeli tem tudo a ver com a regionalização. Não à toa o nome ‘Piau’ homenageia o peixe que deu nome ao Estado. “Temos receitas clássicas e inusitadas, já utilizei babaçu, caju, mel de picos, que considero o melhor do mundo, em receitas experimentais que sempre acabo colocando as especiarias do Piauí e do Nordeste”, explica.

Na fábrica, a pretensão do empresário é a produção de 3.500 litros de cervejas por mês. “Passamos quase cinco anos aperfeiçoando nossa marca e, agora, estamos indo para uma fábrica mais moderna, com equipamentos melhores, que poderá receber as pessoas. Na propriedade vizinha, há produção de pratos como galinha caipira, capote e outros, a ideia é receber o turista e fazê-lo apreciar de uma boa comida e boa bebida”, explica. 

As bebidas podem passar por dias ou até meses de fabricação. A cerveja pode ser harmonizada com diferentes pratos e situações, a depender do gosto do apreciador. O certo é que a marca Piau traz em cada gole um gosto especial de Piauí. “Um dos locais que eu mais gosto em Teresina é o Mercado Central. Naqueles doutores raízes, eu faço experiência com as cascas de madeira, que são novas vertentes da minha produção. Estou envelhecendo cervejas com casca do Nordeste. É um alquimismo, meio chefe de cozinha, meio experimentação. Junta tudo isso com a paixão de produzir uma boa cerveja, eu acho que não tem como dar errado”, finaliza.