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Evangelina realiza primeira cirugia no Piauí em bebê no momento da cesariana

Os bebês diagnosticados com gastrosquise, eram submetidos ao procedimento cirúrgico somente em 24/48 horas depois, que gerava mais risco de infecção.

08/03/2017 11:38

Maternidade Evangelina Rosa realizou a primeira cirurgia no Piauí de correção cirúrgica primária de gastroquise fetal no momento da cesariana (antes do clampeamento do cordão umbilical). Com o sucesso no processo cirúrgico, maternidade dá mais um passo na história de seu pioneirismo. Uma equipe multiprofissional participou do procedimento que teve um ótimo resultado deixando mãe e bebê em boa recuperação.

 “Participamos de um marco na nossa Maternidade Pública: a primeira cirurgia, desse tipo, com sucesso em hospital público (Maternidade Dona Evangelina Rosa) do nosso Estado”, comemorou o médico obstetra e de medicina fetal, Jailson Costa Lima.

O médico explica que a gastrosquise é uma malformação congênita caracterizada por defeito na formação da parede abdominal, permitindo que as vísceras abdominais, como estômago e intestinos, saiam por uma abertura. A média de incidência na Evangelina Rosa é de um caso por mês, ou seja, uma proporção de um nascimento de fetos com gastrosquise a cada mil nascimentos. A frequência varia de acordo com a população. 

Até então, os bebês diagnosticados eram submetidos ao procedimento em 24/48 horas depois, o que gerava risco mais elevado de infecção, além de maiores custos hospitalares, uma vez que, após o parto cesáreo, seguiam ao berçário com as alças intestinais exteriorizadas com o uso de proteção. “Além disso, os recém-nascidos nesse procedimento são submetidos a uma anestesia geral e a cirurgia convencional, feita pelo cirurgião pediátrico onde há maior possibilidade da parede abdominal não conseguir ser fechada porque as alças se distendem muito, aumentando a probabilidade de um fechamento não primário”, explicou o obstetra.

O médico fetal destacou ainda a importância da triagem dessas crianças, ou seja, que os médicos de outras localidades, uma vez tendo o diagnóstico por ultrassonografia, referenciem para a Maternidade. Ele anunciou que neste mês de março a Maternidade deve inaugurar um laboratório específico de fetos malformados. “Vamos ter um laboratório de medicina fetal específico para bebês com malformações para que possamos aperfeiçoar o atendimento às gestantes para profissionais especializados”, frisou.

Jailson relatou estar muito feliz em participar de mais essa inovação na Maternidade, da integração do grupo e imensamente orgulhoso pelo envolvimento da equipe multiprofissional. Compuseram a equipe os médicos de cirurgia pediátrica, Ivo Viana e Bruno Falcão (responsáveis pela cirurgia abdominal no feto e recém-nascido), da Medicina Fetal e Obstetrícia, Jailson Costa (responsável pelo diagnóstico, critérios de interrupção da gravidez e classificação da gastrosquise fetal), além  de profissionais  da anestesiologia (anestesia aplicada na mãe que passa para o feto),  pediatria clínica e  residentes.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Raisa Magalhães
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