A cidade de Campo Maior inaugura neste sábado (13) a Escola Cívico-Militar Coronel Octávio Miranda. A iniciativa da Prefeitura Municipal em parceria com a Associação Brasileira de Educação Cívico-Militar (Abemil) oferece 500 vagas para alunos do 6º ao 9º Ano do Ensino Fundamental em um modelo focado na educação de qualidade através da disciplina.

Foto: Jailson Soares

O prefeito Joãozinho Félix explica como se deu a escolha do nome do local. “Dialogamos com muitas pessoas e resolvemos escolher o coronel Octávio Miranda para levar o nome da escola porque foi um grande homem, de feitos extraordinários para o Piauí e que sempre carregou o nome de Campo Maior, sua terra natal. Essa escola vai ficar para eternidade assim como a memória do coronel”, disse o gestor se referindo ao fundador do Sistema O DIA de Comunicação.

A nova unidade escolar irá funcionar no prédio do antigo Senac e está passando por reforma e melhorias em salas de aulas, laboratórios, salas administrativas e na área externa. O prefeito explica que a escola irá implantar no município um modelo que apresenta excelentes resultados em outras partes do país.

^{Foto: Assis Fernandes/ODIA}

O secretário de Educação de Campo Maior, Luís Carlos Martins, lembra que o ensino no município sempre foi referência para o Estado e, agora, mais uma vez irá ganhar destaque com esse modelo.

“Campo Maior tem um histórico de escolas de referência. Essa escola também será um marco na história do município. Lá na frente, iremos colher os bons frutos da qualidade do ensino que será implantado aqui. O foco é a qualidade da educação somada à disciplina. Uma educação cidadã”, pontuou o secretário.

O tenente Newton Gomes, coordenador regional das escolas Cívico-Militar, explica o funcionamento da unidade, que irá abrir conforme as determinações previstas para o cenário de pandemia. “Os militares irão dar suporte para que a escola ofereça uma educação de qualidade. O professor vai ter a oportunidade de dar uma aula com segurança. Os militares não interferem na parte pedagógica”, afirma.

A implantação da escola foi aprovada por unanimidade pela Câmara Municipal de Vereadores em uma articulação do presidente da Casa, o vereador Sena Rosa. “A aprovação por unanimidade é um sentimento que os vereadores observam da rua. O povo de Campo Maior abraçou a ideia. O modelo é de excelência e ainda homenageia um grande campomaiorense, o coronel Octávio Miranda”, finaliza.

Coronel Octávio Miranda – Um Homem Visionário

Conheça um pouco da história do homenageado pela Escola Cívico-Militar de Campo Maior

Octávio Miranda nasceu em 3 de março de 1912, em Campo Maior, e morreu em Teresina, em 22 de junho de 2002, aos 90 anos de idade. Era filho de José Paulino de Miranda e Anna Alves Miranda, e casado com dona Erminda Cribillete, nascida na Argentina, com quem teve sete filhos: Volmar, Vilma, Valcira, Valmira, Valmir, Octávio Filho e Edgar.

Foi militar do Exército, político, empresário e empreendedor. Foi subcomandante-geral do 25º Batalhão de Caçadores (BC) e chefe da 26ª CSM (Circunscrição do Ser viço Militar), em Teresina, na década de 1940. Como político, exerceu dois mandatos de deputado estadual pelo Piauí, no período de 1947 a 1955.

Como empresário e empreendedor, atuou nos ramos de comunicação, construção civil, comércio de peças automotivas e na agropecuária. Foi nas áreas de comunicação e do empreendedorismo que deixou seu maior legado, possibilitando ao Piauí e a Teresina, por meio das atividades que desenvolveu nesses dois segmentos, avanços extraordinários em termos econômicos, sociais, culturais e urbanísticos.

Foi o responsável pela transformação do Jornal O DIA, que adquiriu no início da década de 1960, num dos mais importantes veículos de comunicação do Estado. Todos os contemporâneos do Coronel e estudiosos da comunicação dizem que Octávio Miranda revolucionou o jornalismo piauiense ao transformar o O DIA no primeiro jornal com circulação diária no Estado, em 1964, e num dos primeiros do país dotado de computador, ainda na década de 1970.

^{Foto: Octavio Miranda/Arquivo O Dia}

O Coronel Miranda foi também o fundador do Jockey Club do Piauí, um empreendimento que abriu as portas para o povoamento da região a leste do Rio Poti, e que se transformaria, 50 anos depois, na zona nobre

e mais cara de Teresina. O Jockey Club começou a ser construído em 1952, como uma pista de corrida de cavalos, e se transformou, ao longo das décadas de 1960 e 70, no maior e mais completo clube social e centro de lazer de Teresina.

Para se ter uma dimensão da importância da criação do Jockey Club, na década de 1950, a zona urbana de Teresina só chegava até a margem do Rio Poti. A fundação do clube permitiu o loteamento de grandes faixas de terras localizadas a leste do Poti, e atraiu moradores para a área até então ocupada por fazendas, chácaras e sítios, e povoada por operários e trabalhadores rurais.

Esse movimento impulsionou a expansão da cidade para além do rio Poti, possibilitando o surgimento de bairros como Jockey, Fátima, Ininga e São Cristóvão, dentre outros. Dono de fazendas na região, o Coronel Miranda foi, desta forma , não apenas o criador e fundador do Jockey Club, mas personagem fundamental no processo de povoamento da zona Leste e no crescimento da região e desenvolvimento de Teresina.

Octávio Miranda foi também um dos principais atores políticos do Piauí nas décadas de 1960 e 70. Mesmo sem exercer mandato ou cargo público, acumulou poder e influência, cultivando relações com o alto comando do Exército e amizade com políticos de projeção no Piauí e no país, como Petrônio Portella.

É este o Coronel Octávio Miranda. Um homem movido pela vontade e decisão de fazer, e com um propósito de vida muito bem definido na cabeça – realizar coisas que pudessem contribuir para transformar a realidade do Piauí e das pessoas. Um visionário, um homem de coragem que abria seu caminho onde via oportunidades e perspectivas.