A reforma nos banheiros da Rodoviária de Teresina, iniciada na última quarta-feira (22), está incomodando passageiros e trabalhadores que precisam utilizar o local. A direção colocou banheiros químicos, mas isso não impediu o forte odor. Os trabalhadores reclamam da falta de higienização e ausência de torneiras para lavar as mãos.

O comissionado Willian Sousa vende bilhetes no local e diz que o constrangimento é grande. “Aqui, quando dá uma hora da tarde fica uma cantiga horrível. O passageiro paga para usufruir da rodoviária e não tem banheiro decente para eles usarem. Por isso, eles estão se afastando, as vendas caíram pela metade e estamos indignados. É uma reforma que ninguém sabe quando vai terminar, e até lá nós vamos ficar nessa situação”, reclama. 

^{Willian Sousa vende bilhetes no local e diz que o constrangimento é grande (Fotos: Mouras Alves/ODIA)}

Segundo permissionários, muitos passageiros não usufruem dos banheiros químicos devido ao mau cheiro. Eles denunciam que nos banheiros químicos não há produtos de higiene, como papel higiênico.

Alguns comissionados denunciaram ainda que são coagidos constantemente pelos fiscais da empresa Sinart, responsável pela administração da rodoviária. Durante a reportagem, um deles repreendeu os comissionados que estavam reclamando dos serviços prestados e tentou impedi-los de falar. 

Marcelo Silva afirmou que isso sempre acontece quando eles denunciam. “A gente tem até uma audiência marcada, porque já fizemos muitas denúncias dos problemas que existem aqui. Eu fico constrangido com essa situação, querem nos botar medo”, comenta o comissionado.  

Contraponto

Segundo o coordenador da rodoviária, Robson Silva, o transtorno é inevitável, uma vez que para oferecer um banheiro de qualidade, eles precisam fazer a reforma. Ele afirma que os banheiros químicos foram colocados para atender a demanda enquanto a reforma acontece. 

^{Para o coordenador da rodoviária, Robson Silva, o transtorno é inevitável} 

De acordo com o coordenador, a reforma deve terminar em aproximadamente 20 dias, mas adianta que pode chegar até um mês. “Nós somos cobrados por um bom serviço e estamos tentando melhorá-lo. Tivemos que interditar os banheiros para isso. Os banheiros químicos são para atender as necessidades. Então, a gente cria um transtorno hoje, para melhorar daqui a um mês”, justifica Robson. 

Questionado quanto à atitude do fiscal de plataforma que repreendeu os comissionados enquanto falavam do problema à imprensa, ele respondeu que conversará com o funcionário para evitar que a situação se repita. De acordo com o coordenador, alguns comissionados são repreendidos por às vezes falarem em nome da empresa.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Karoll Oliveira