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Casa abandonada é abrigo para usuários de drogas

Além de usuários de drogas, casa abriga também moradores de rua. Comerciantes do entorno relatam furtos em estabelecimentos

18/08/2017 08:46

Em meio às grandes construções na Zona Leste de Teresina, uma casa abandonada no cruzamento da Avenida Dom Severino com Rua Granada chama atenção por conta de seu estado deteriorado. A edificação não tem portões, parte dos muros estão destruídos. O interior do imóvel bastante danificado serve de abrigo para moradores de ruas e usuários de drogas. 
Adentrar a casa não é uma tarefa difícil e lá dentro é possível encontrar sinais de habitação com a presença de carvão e madeira queimados; também é visto garrafas de vidro e latinhas de refrigerante. Além disso, o local possui muitos entulhos e sinais de depredação, com paredes quebradas e armários danificados. 

 Local possui muitos entulhos e sinais de depredação, com paredes quebradas e armários danificados. (Foto: Moura Alves/ O Dia)

A funcionária de um estabelecimento comercial próximo ao imóvel, Márcia Fernanda Amorim, relata que a loja já foi furtada e, na ocasião, a ação ocorreu no início da manhã e os bandidos chegaram a levar apenas alguns artigos de vestuário do local. Por isso, após o ocorrido, Márcia revela que vários comerciantes das proximidades se juntaram para expulsarem os habitantes do imóvel. 
“Nós chamamos a polícia porque deu muito problema para gente porque juntava muitos grupos de usuários de drogas. Tinha muito lixo, eles bebiam muito e no outro dia o cheiro era péssimo. O problema não é que eles usavam drogas, é porque depois passaram a pedir dinheiro e ocorreu o furto”, conta. 
Além disso, a funcionária fala que a edificação abandonada era foco de insetos, baratas e ratos por conta da grande quantidade de lixo acumulado, mas, após entrarem em contato com Prefeitura e os donos da casa, foi feita limpeza que diminuiu os resíduos. “O que os proprietários diziam é que a casa estava em questão, que era herança de vários irmãos e nenhum se responsabilizava, eles não entravam em acordo. Não entram em acordo para limpar, mas entra em acordo para colocar outdoor”, reclama. 
Quem também tem reclamações é a administradora Raquel Pessoa, que mora ao lado da residência abandonada, onde os muros de ambas as casas são os mesmos. Da mesma forma, ela relata a presença de cupins que chegaram a propagar a espalhar-se em sua casa e ela acredita que seja por conta dos móveis de madeira abandonados na residência ao lado. 
A moradora conta que percebe movimentações na casa, principalmente no período noturno, em que escuta barulho de garrafas e sente cheiro do que possivelmente podem ser drogas. Segundo Raquel, o local está abandonado há cinco anos; a administradora conta que seu muro é alto, no entanto, de dentro do outro imóvel é possível visualizar o interior da residência da administradora. “Eles podem ver a casa da gente, ver se tem movimento, ali da exatamente na janela do meu quarto. A janela do quarto fica fechada o tempo todo praticamente, porque não tem privacidade”, fala. 

Tanto a parte interna quanto externa da casa estão deterioradas (Foto: Moura Alves/ O Dia)

População pode denunciar imóveis e terrenos baldios 
O gerente de fiscalização da Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona Leste (SDU/Leste), Lupércio Medeiros, informa que a maioria dos terrenos baldios e casas abandonadas identificados pelo órgão é imóveis com problemas de inventário ou que está disponível para alugar ou vender, mas os proprietários não cuidam. Segundo ele, a limpeza dos terrenos é regulamentada pelo Código de Postura do Município, em que o proprietário de terrenos da zona urbana deve mantê-los limpos, murados e com calçada construída. 
De acordo com Lupércio Medeiros, em 2016 foram identificados 46 imóveis em situação de abandono na região que compreende as Avenidas Homero Castelo Branco, Dom Severino e Lindolfo Monteiro, onde os proprietários foram notificados. 
Em relação à casa localizada na Avenida Dom Severino, o gerente de fiscalização informa uma equipe será enviada até o local para identificar o tipo de procedimento a ser realizado e notificar o proprietário. Após a notificação, é dado prazo de até 90 dias para fazer os reparos necessários no local, seja fazer limpeza, colocar portão, construir muros. Caso o proprietário não cumpra com a solicitação, a multa pode variar de R$ 600 a R$ 3 mil. “Se o dono já foi notificado e multado, então tem reincidência de multa. Apesar disso, nós não percebemos muito resultados, mesmo com a fiscalização e multas”, revela. 
A superintendência toma conhecimento desses locais abandonados a partir de denúncias da população e por meio de fiscalizações rotineiras. A denúncia pode ser feita na sede da SDU/Leste, localizado na Avenida João XXIII, 2715 ou por meio de telefone, no número 3215 7877.
Edição: Aline Rodrigues
Por: Letícia Santos
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