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Animais domésticos também sofrem com calor e precisam de atenção redobrada

Além do cuidado com a hidratação, os tutores devem evitar passeios em horários mais quentes e banho em excesso.

18/10/2017 09:07

Em dias que chegam a 40ºC, não são só os seres humanos que sentem calor. Os animais domésticos são mais sensíveis a altas temperaturas por conta da forma diferenciada com que transpiram. Para os bichinhos, a situação se agrava por eles não possuírem glândulas específicas para transpiração, uma vez que a respiração é o que controla seu processo de refrigeração e manutenção da temperatura corporal. 
“Animais transpiram pela língua e pelo nariz, que ajudam na refrigeração dos cachorros. Já os gatos se utilizam das lambidas para esse processo. Além do pelo, eles não têm glândulas sudoríparas como nós temos, o que resfria nosso corpo, então eles sofres muito mais com o calor”, comenta o veterinário Raimundo Neto. 

Emanuel oferece água fresca em abundância e troca o líquido com frequência (Foto: Moura Alves/ O Dia)

O veterinário explica que nesse período de calor intenso doenças renais e hipertermia são um dos problemas que mais acometem os animais. Além disso, o bichinho demonstra sinais de que está sofrendo com o calor e desidratado: ele pode começar a respirar de forma ofegante, ficar muito tempo com a boca aberta e salivar. Raimundo também fala que filhotes e animais mais velhos tendem a desidratar mais facilmente. 
Banho 
Engana-se quem pensa que o banho nos animais deve ser intensificado. No calor, os fungos e parasitas se propagam com mais facilidade por conta do calor e umidade. Por isso, os banhos devem ser semanais e com água morna, pois água fria pode ocasionar em choque térmico. 
“Dar banho demais no animal pode causar problema de pele. Fungo é oportunista no verão, ele quer um meio para se instalar. No calor, como tem muito problema de irritação da pele, e quando o dono dá muito banho, isso tira a proteção natural da pele. É necessário também escovar o animal e tirar os pelos mortos”, informa o veterinário Raimundo Neto. 
Passeios 
Da mesma forma que seres humanos sentem os pés queimarem ao pisar em superfícies quentes, as patas dos animais têm a mesma sensibilidade e podem queimar. Além disso, a grande quantidade de pelos pode atrapalhar o processo de respiração dos bichos – o que regula sua temperatura corporal – se expostos à calor intenso. Por isso, a recomendação é que caminhadas sejam feitas pela manhã ou no final da tarde. 
Sombra e água fresca também são coisas que podem ajudar a amenizar a sensação de calor dos bichinhos. Quando se fala do abrigo do animal, o ideal é que a casinha ou canil seja em local sombreado e ambiente arejado. Além disso, não deixar a vasilha de água exposta ao sol e trocar várias vezes ao dia. O especialista lembra ainda que água de coco e soro fisiológico também são líquidos que contribuem para a hidratação do animal. 
O comerciante Emanuel Barbosa intensifica os cuidados com seus dois pitbulls no B-R-O-Bró. O canil dos cães foi construído em áreas estratégicas, na sombra e que não tem tanta incidência de sol. Além disso, o comerciante leva Bruce Lee e Jack – o nome dos animais de estimação – para passear sempre às 5h da manhã. 
Emanuel fala que, por conta do calor, Jack já teve problemas de sarna, devido a proliferação mais intensa de fungos, mas o problema foi tratado com remédios e cuidados necessários. “Por serem cachorros mais velhos, é preciso ter um cuidado especial. Bruce tem 10 anos e Jack 8 anos, nos momentos mais quentes eles ficam sossegados. Eu coloco água normal, mas fico trocando. É importante ter esse cuidado a mais porque eu criei meus cachorros presos, e saio com eles cedinho para eles não ficarem estressados com muitas pessoas mesmo”, relata Emanuel. 
Já a cabelereira Gil Sousa tem como melhor amigo canino Léo, de seis anos. Ela conta que nesse período mais quente os carrapatos se manifestam com mais frequência e, como seu cachorro tem alergia, é necessário administrar vitaminas. Além disso, os banhos também são semanais. 
“Dou água gelada pra ele e passeio todos os dias a noite, justamente para não queimar a pata. Algumas vezes ele sente falta de ar como se a respiração tivesse curta, ele respira muito rápido e percebo que é por causa do calor. Por isso dou água gelada para ele e sempre deixo ele na sombra”, comenta Gil.
Edição: Isabela Lopes
Por: Letícia Santos
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