Ontem, 31 de maio, foi celebrado o Dia Mundial sem Tabaco, data que mobilizou ações em diversas partes do mundo. Em Teresina, o Hospital do Parque Piauí, que mantém o Programa de Tratamento do Tabagismo, através da Fundação Municipal de Saúde (FMS), comemorou o dia com a presença de pacientes e profissionais que fazem parte do serviço.
O Hospital do Parque Piauí é referência no tratamento de pessoas que desejam parar de fumar. Segundo o médico Rivaldo Macêdo, que compõe a equipe de multiprofissionais, 64,4% das pessoas que procuram o programa deixam de fumar, percentual mais elevado até que em hospitais de referência nacional.
“Nós mostramos, através de dados, os prejuízos que o tabagismo causa, assim como os desafios e ganhos que o paciente tem ao parar de fumar. O fato do paciente ingressar no programa e não conseguir parar está na estatística do Inca (Instituto Nacional do Câncer), mostrando que o paciente precisa tentar entre três e quatro vezes e aqui conseguimos que muitos parem já na primeira tentativa”, fala.
Rivaldo Macêdo alerta para os malefícios do cigarro à saúde (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
Fases
Rivaldo Macêdo pontua que o tabagismo é uma doença que se divide em três fases: dependência física, comportamental e psicológica, e que a participação de uma equipe de multiprofissionais é fundamental para atender à demanda do paciente de acordo com sua especificidade. A equipe é composta por assistente social, psicopedagogo, terapeuta, nutricionista, dentista, entre outros profissionais.
Perigo
O médico também destaca que o tabaco é a principal causa de adoecimento que se pode evitar. A doença é a primeira causa de morte entre pacientes que fumam ativamente e a terceira entre os quem não fumam ativamente.
“A pessoa quando fuma elimina na fumaça três vezes mais nicotina, poluindo o meio ambiente. Agora imagina em uma casa que tem criança ou idoso, gerando asfixia nesse público mais sensível, provocando problemas respiratórios agudos. A longo prazo, causa doenças crônicas degenerativas, como hipertensão e cânceres”, ressalta.
Os prejuízos do fumo nos pacientes do sexo feminino são ainda mais graves, vez que a primeira causa de morte entre as mulheres é por conta das doenças cardiorrespiratórias e circulatórias, com infarto do miocárdio e derrame cerebral. A segunda está relacionada aos cânceres, como mama, pulmão e colo; e a terceira relacionadas às doenças respiratórias.
Programa já atendeu
mais de mil pacientes
Desde quando foi criado, em 2010, o Programa
de Tratamento do Tabagismo, oferecido no Hospital
do Parque Piauí, já atendeu
mais de mil pessoas. Desses,
604 conseguiram ingressar
de fato no tratamento e 390
conseguiram deixar de fumar. Esse número poderia
ser ainda maior se a quantidade de pessoas que busca
tratamento fosse compatível
com a quantidade de vagas
disponíveis nas unidades bá-
sica de saúde.
Segundo a assistente social
Alba Valéria de Sousa, que faz
parte da equipe multiprofissional da unidade de saúde, há
uma grande demanda reprimida de pacientes, vez que, atualmente, há apenas cinco unidades especializadas, sendo a do
Hospital do Parque Piauí, do
Hospital Universitário e mais
três em outros pontos da cidade.
Hospital do Parque Piauí é referência no tratamento anti-fumo (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
Entretanto, ela pontua que
esse trabalho está sendo ampliado para outras dez unidades básicas de saúde em Teresina, de modo a atender à
população em todas as zonas
da Capital. “Quanto mais perto esse tratamento estiver da
população, maior será a cobertura”, fala. Ainda de acordo com Alba
Valéria, os pacientes atendidos no programa são bastante
variados em faixa etária, classe
social e grau de escolaridade.
Ela pontua também a importância da família no momento que a pessoa decide tomar
a decisão de parar de fumar.
“É importante que a família apoie, principalmente em
casa. Há parentes que vêm
acompanhando o paciente e
isso também é muito bom. A
pessoa já é acolhida aqui e se
tiver isso em casa, certamente
terá êxito”, enfatiza Alba Valéria de Sousa.
Por: Isabela Lopes