A medicina tem avançado muito nos últimos anos, principalmente na confecção de próteses. Essa também é uma realidade recente na área de Otorrinolaringologia, sobretudo nas cirurgias de implante coclear, que é um dispositivo eletrônico que produz um estímulo elétrico às fibras remanescentes do nervo auditivo. 

Desde 2011, quando o programa de cirurgia de implante coclear foi implantado no Piauí pelo SUS (Sistema Único de Saúde), 52 pacientes já tiveram o equipamento implantado, e outros 182 estão fazendo avaliações para o implante. “Para a nossa população, de 3 milhões de habitantes, esse realmente é um número considerável de pessoas com problemas auditivos no estado”, declarou otorrinolaringologista Flávio Santos. 

Ele explicou que diversos tipos de próteses já foram criados para substituir funções motoras, como a troca da válvula do coração, próteses na perna ou braço, entre outras, porém, a primeira prótese que a medicina conseguiu construir, e que substitui uma função sensorial, é através do implante coclear. 

Foto: Elias Fontenele/ ODIA

“Ele substitui uma função neural, de ouvir. Isso é uma coisa fantástica, e o paciente que faz um transplante coclear tem sua qualidade de vida mudada. O transplante coclear veio trazer uma resolutividade para essas pessoas que têm perda de audição profunda, ou seja, aqueles pacientes que não escutam nada ou por algum motivo perderam a audição”, disse. 

O paciente com alguma suspeita de perda auditiva deve passar por consultas com um médico otorrino, fazer uma série de exames e avaliações médicas, recebe o aparelho auditivo, acompanhamento especializado e, se houver a necessidade de cirurgia, ele é encaminhado para fazer o transplante coclear. 

“Nós estamos lutando por uma portaria, para que a manutenção do aparelho seja feita pelo Governo Federal, e até o próximo ano isso seja mudado. Porque a manutenção é muito cara e muitas famílias não têm condições de arcar com os custos, e com essa portaria vai ajudar muito”, falou o otorrino.

Avanços médicos na otologia do ouvido 

Na parte de otologia do ouvido, muitos equipamentos estão sendo melhorados, e com essa evolução, os pacientes são os mais beneficiados. De acordo com o otorrino Flávio Santos, os próprios aparelhos do implante coclear estão sendo melhorados. 

“Eles eram enormes e hoje estão bem reduzidos e a perspectiva é que, em breve, ele seja totalmente implantado. Nós estamos trabalhando para que, num futuro bem próximo, possamos colocar toda aquela parte externa dentro do ouvido do paciente, de forma que não veja o aparelho no paciente. Isso vai ser a grande evolução, tornar o transplante coclear numa prótese totalmente implantável, e não parcialmente implantável”, destacou. 

No Piauí, o procedimento é feito em um hospital particular, autorizado pelo SUS, e são realizadas duas cirurgia mensalmente, mas também pode ser feita através dos planos de saúde. Segundo Flávio Santos, o programa Saúde Auditiva, que funciona desde 1998 no Brasil foi pioneiro nesse tipo de procedimento voltado para a saúde auditiva. 

A reportagem completa na edição de hoje (31), do Jornal O Dia

Por: Isabela Lopes- Jornal O Dia