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Pais devem ficar atentos aos sintomas que caracterizam autismo

Especialista alerta para que os pais fiquem mais atentos aos sinais de que a criança pode ter o transtorno.

06/12/2018 09:06

Um relatório divulgado pelo CDC (Centro de Controle de Doenças), em 2016, estima que uma a cada 68 crianças em idade escolar foram identificadas com transtorno do espectro do autismo. O dado tem chamado atenção de especialistas em desenvolvimento infantil, que fazem um alerta para que os pais fiquem mais atentos aos sinais de que a criança pode ter o transtorno.

Michele Vale é coach em Desenvolvimento Infantil e explica como os pais podem identificar esses sintomas que costumam ser bem característicos do transtorno. O primeiro é a ausência da fala. Ela conta que, em geral, uma criança com 01 ano e meio deveria falar, pelo menos, 50 palavras. Entretanto, uma criança autista fala bem menos ou só começa a falar depois dos dois ou três anos.

“Além disso, são crianças que não interagem socialmente. Os colegas estão brincando e essa criança fica no canto no seu mundo. O autismo também pode ser detectado pelas habilidades sociais e movimentos repetitivos, que são as estereotipias, como crianças que ficam batendo palmas em cima da cabeça”, conta.

Michele explica como os pais podem identificar os sintomas. (Foto: Assis Fernandes/O DIA)

Porém, esses sintomas podem variar de criança para criança, mas, independente disso, os pais devem ficar alerta para buscar profissionais que possam fazer um diagnóstico clínico, vez que não existe exame que diagnostique o transtorno.

Profissionais como neuropediatra, fonoaudiólogo e terapeuta devem estar em sintonia com relação ao diagnóstico e acompanhamento clínico. A evolução dessa criança também dependerá de cada indivíduo, do seu déficit intelectual e dos acompanhamentos que são realizados.

“É importante a precocidade, ou seja, percebeu que o filho está com algum atraso, deve-se procurar um profissional. Se o tratamento iniciar antes dos dois anos de idade, o sucesso na evolução tende a ser maior, melhor ainda se começar antes dos dois anos de idade. Os pais também devem evitar falar no diminutivo, pois isso faz com que a criança não desenvolva a linguagem. É importante manter o contato visual, algo difícil para quem é autista, que tende a desviar o olhar”, acrescenta Michele Vale.

A coach explica que a criança autista aprende a falar através da observação corporal e lábia. Uma das técnicas para chamar atenção dessa criança é usar batom escuro. Com a imitação, a criança vai aprendendo e desenvolvendo suas habilidades. O auxílio dos pais, avós e cuidadores é muito importante nessa etapa como forma de estimular a criança

As escolas também precisam estar atentas e se prepararem para receber essas crianças. A presença de um assistente terapêutico deveria ser mais intensificada, principalmente para aquelas crianças que têm dificuldade de interação social. Entretanto, muitos colégios barram a presença desse profissional, o que torna a vida do autista mais mais complicada.

“Os professores precisam de treinamentos para lidar com essas crianças. As escolas dificulta a assistente terapêutica, mas tem crianças que precisam. Esse profissional fica em sala de aula e intervém para incluir essa criança nas atividades junto com as demais. No geral, as pessoas precisam se preparar para receber e acolher essas crianças autistas e muitos pais não sabem o que fazer e a quem recorrer”, finaliza Michele Vale.

Por: Isabela Lopes
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