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Oito mães de bebês com microcefalia tiveram manchas pelo corpo

Uma das hipóteses investigadas é a infecção por vírus Aedes aegypti.

13/11/2015 14:23

Metade das mulheres, ou seja, oito mães que tiveram filhos com microcefalia no Piauí, relataram sintomas como manchas vermelhas pelo corpo, coceira e vermelhidão em um determinado momento da gravidez. Uma das hipóteses do Ministério da Saúde para o aumento excessivo no número de casos é a ocorrência de infecções por vírus Aedes aegypti.

Ao todo, 14 recém-nascidos e dois fetos estão sendo investigados pela Secretaria Estadual de Saúde com suspeita de microcefalia. Eles foram identificados somente nas três últimas semanas, na Maternidade Dona Evangelina Rosa. A gestação dos bebês e dos fetos coincide com o período em que houve muitos casos de dengue, zika e chikungunya.

Até outubro de 2015 havia sido notificado, no Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, apenas um caso de microcefalia no Estado. Na série histórica, de 2013 a 2014, foram quatro e seis casos confirmados, respectivamente. Dos 16 casos identificados recentemente, apenas quatro bebês ainda não foram confirmados com microcefalia. Os dois fetos tiveram a anomalia detectada através da ultrassom morfológica, que é feita no sexto mês de gravidez e mede o tamanho do crânio.

Sobre a anomalia

A microcefalia é identificada quando o perímetro da cabeça do bebê está abaixo do padrão das curvas apropriadas para idade e sexo. Um perímetro cefálico baixo indica, de modo geral, um cérebro pequeno. Cerca de 90% das microcefalias estão associadas com retardo mental, exceto nas de origem familiar que podem ter o desenvolvimento cognitivo normal.  

A anomalia pode resultar de alterações genéticas, doenças metabólicas, isquemia uterina, uso de medicamentos, álcool ou de drogas pela mãe e por infecções durante a gravidez. A princípio, as infecções congênitas associadas à microcefalia são: Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovirose, Sífilis e Herpes vírus.

Ações da Sesapi

Durante toda a manhã desta sexta-feira (13), uma equipe da Sesapi esteve reunida para tratar sobre o assunto. Foi discutido o protocolo de atendimento às mães que tiveram bebês com microcefalia, a formação de um comitê de investigação e um plano de ação.

A nota técnica emitida pela Diretoria de Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde orienta a rede pública do Estado que, em caso de microcefalia, proceda ao registro da Declaração de Nascido Vivo, faça as investigações clínicas, laboratoriais e radiológicas de acordo com o manuais de pediatria, neonatologia e rotinas do serviço de saúde.

Se for identificada a infecção congênita, a unidade de saúde deverá coletar 3 ml de soro do recém-nascido e encaminhar para o Laboratório Central, onde serão realizados exames sorológicos  para Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovirose, Herpes e Pavovírus B19.

A equipe epidemiológica vai investigar ainda se há outros casos nos demais hospitais da rede pública.

Orientações às mulheres

Hoje, o Ministério da Saúde enviou um comunicado com orientações às gestantes ou mulheres que pretendem engravidar. “Até que se esclareçam as causas do aumento da incidência dos casos de microcefalia na região Nordeste, as mulheres que planejam engravidar devem conversar com a equipe de saúde de sua confiança. Nessa consulta, devem avaliar as informações e riscos de sua gravidez para tomar a sua decisão”, diz o comunicado.

Quando às mulheres que já estão grávidas, o Ministério da Saúde elaborou seis pontos de alerta.

Veja abaixo:

1 -Devem ter a sua gestação acompanhada em consultas pré-natal, realizando todos os exames recomendados pelo seu médico;

2 - Não devem consumir bebidas alcoólicas ou qualquer tipo de drogas;

3 - Não utilizar medicamentos sem a orientação médica;

4 - Evitar contato com pessoas com febre, exantemas ou infecções;

5 - Adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças, com a eliminação de criadouros (retirar recipientes que tenham água parada e cobrir adequadamente locais de armazenamento de água);

6 - Proteger-se de mosquitos, manter portas e janelas fechadas ou teladas,  usar calça e camisa de manga comprida e utilizar repelentes indicados para gestantes.

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