Portal O Dia - Notícias do Piauí, Teresina, Brasil e mundo

WhatsApp Facebook Twitter Telegram Messenger LinkedIn E-mail Gmail

Mulher perde visão e cobertura de tratamento é negada pela rede de saúde

A dose da medicação é realizada através de uma aplicação terapêutica, em centro cirúrgico, e custa R$4 mil.

28/05/2015 12:05

Rosa Maria Alves da Silva, de 49 anos, vive uma luta constante contra uma doença rara. Com miopia em alto grau, a Assistente Social e Professora perdeu a visão repentinamente no dia 18 de Abril durante uma viagem. Assustada, ela voltou à Teresina e procurou um médico, que a diagnosticou com membrana neovascular no olho direito e com afilamento no estafiloma, em ambos os órgãos. As duas doenças causam a perda da visão central com rapidez.

Considerada uma anormalidade, a membrana neovascular se caracteriza pelo surgimento de uma membrana sub-retiniana, que modifica a anatomia macular, que é responsável pela visão de detalhes. Após consultar três médicos, Rosa Maria descobriu que a medicação receitada não soluciona a doença, apenas auxilia no controle do caso.

O Lucentis é registrado pela Anvisa e recomendado apenas para o tratamento de Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI), outra doença que também acomete a área central da retina (mácula), mas em indivíduos acima de 60 anos. Assim, Rosa Maria fica impedida de receber a medicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelos convênios particulares por estar abaixo da idade indicada. A dose da medicação é realizada através de uma aplicação terapêutica, em centro cirúrgico, e custa R$4 mil.

Foto: Reprodução/ArquivoPessoal

Com previsão de receber quatro sessões, ou mais, de quimioterapia, Rosa Maria não possui condições financeiras para custear todo o tratamento. “O que eu tenho é R$500. Tenho alunas e amigas que estão fazendo uma campanha para juntar dinheiro para a próxima quimioterapia. Estamos preparando também um leilão”, relatou.

A primeira sessão foi realizada no dia 11 de maio e já fez com que Rosa Maria recuperasse parte da visão. “Graças a Deus, já consigo ver muita coisa que eu não conseguia, mas não é fácil. Você tem que andar pedindo ajuda quando o próprio Estado tem que oferecer a medicação. Graças a Deus, muita gente tem me ajudado”, afirmou. A próxima está marcada para o dia 15 de junho.

Rosa Maria Alves vai entrar com um processo contra o Estado na Defensoria Pública para garantir o tratamento da doença pela rede pública. “Eu não quero indenização, eu quero minha visão. E vou atrás de todo mundo para chamar atenção. Isso é um absurdo. Eu tenho direito, está constituição o direito á saúde”, disse revoltada.

Foto: Reprodução/ArquivoPessoal

A conta para doação de Rosa Maria Alves da Silva, que precisa pagar R$4 mil até o próximo dia 10 para a realização da segunda sessão de quimioterapia, é: Agência 2004 / Conta Poupança 00762157-3 / Operação 013 / Caixa Econômica Federal.

Em nota, a Secretária de Saúde do Estado (Sesapi) informou que a medicação, indicada para o tratamento de membrana neovascular, não faz parte do elenco de medicamentos fornecidos pela Assistência Farmacêutica, de acordo com o protocolo do Ministério da Saúde.

Edição: Nayara Felizardo
Mais sobre: