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Microcefalia ocasiona atraso no desenvolvimento de crianças

No Piauí, já foram registrados 36 casos, o que representa um aumento de mais de 300% da incidência da síndrome de má-formação congênita.

29/11/2015 07:43

Há pouco mais de dois meses, o crescente aumento de crianças que, ao nascer, foram diagnosticadas com microcefalia pôs o país em estado de emergência sanitária nacional. De acordo com o Ministério da Saúde, há 739 casos suspeitos de microcefalia este ano no Brasil. No Piauí, já foram registrados 36 casos, o que representa um aumento de mais de 300% da incidência da síndrome, já que em todo ano de 2014 foram registrado apenas seis casos.

Segundo a neuropediatra Alzira Castro, a microcefalia representa uma má-formação que faz com que o cérebro não se desenvolva corretamente. “Constatamos a microcefalia quando acontece uma má-formação congênita impedindo que o cérebro se desenvolva corretamente. Isso faz com que a cabeça de um recém-nascido meça menos de 33 centímetros”, explica.

A neuropediatra lembra que essa condição pode ter diversas causas, como agentes químicos e infecções por toxoplasmose ou pelo citomegalovírus. Em cada caso, a microcefalia pode provocar um quadro típico, como deficiências psicomotoras, alteração na visão, na audição ou em outros órgãos.

“A criança pode desenvolver microcefalia por conta de uma infecção congênita, que as mais conhecidas são a rubéola, toxoplasmose, a infecção por herpes, citomegalovírus, o HIV. Isso acontece durante o processo da gestação, porque o feto se gerou normal e durante o período foi acometido por uma infecção que ocasiona a destruição do parênquima cerebral e a criança nasce com a cabecinha pequena”, esclarece Alzira Castro.

As consequências da máformação do cérebro podem se apresentar como déficit intelectual, paralisia, convulsões, epilepsia ou problemas motores, a exemplo da dificuldade de locomoção e rigidez dos músculos. Não existe tratamento para a condição, mas é possível minimizar as sequelas.

A microcefalia pode ser identificada ainda durante o pré-natal, exames como ecografia e tomografia são capazes de apontar uma alta probabilidade para a máformação. Mas a síndrome e suas consequências só podem ser diagnosticadas com precisão após o nascimento.

Piauí decreta emergência por aumento de casos

Na última sexta-feira (27), o governador Wellington Dias (PT), em reunião com gestores municipais e estaduais de Saúde, decretou estado de emergência e alerta no Estado para combater o mosquito Aedes aegypti. No Piauí, o número de casos subiu de 27, registrados até o último dia 17 de novembro, para 36 casos constatados até o dia 27 deste mês.

Segundo o governador, a situação de emergência tem foco principal em três municípios do interior do Estado, sendo eles Alegrete, Santana do Piauí e Avelino Lopes. Ao todo, dez cidades estão em situação de alerta, inclusive a Capital Teresina.

Presentes na reunião, o Comando da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros sinalizaram o apoio para a campanha de combate ao Aedes Aegypti. Para o representante dos Bombeiros, major Mendes, o que se precisa no momento é fazer um controle de natalidade recomendando às mulheres que adiem os planos de engravidar pelo menos nesse período de alta nos casos de microcefalia.


Por: Glenda Uchôa - Jornal O DIA
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