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Manual da prevenção: saiba onde procurar ajuda contra o suicídio

O acompanhamento especializado para os conflitos da mente de origem emocional e psíquica funciona como uma eficiente solução quando não se consegue mais lidar sozinho com a carga emocional.

17/09/2017 10:20

O primeiro, e talvez o mais difícil, passo dado em direção ao tratamento dos males que afetam a saúde mental é reconhecer que já não é possível lidar sozinho com uma conturbada carga emocional. É necessário compreender as suas dores, evitando que elas se transformem em pensamentos suicidas.

O acompanhamento especializado para os conflitos da mente de origem emocional e psíquica funciona como uma eficiente solução. Além dos planos de saúde e atendimentos particulares, o serviço é oferecido gratuitamente na rede de saúde pública, através de programas, grupos e instituições.

Em Teresina, o Provida funciona há três anos como uma dessas políticas públicas de prevenção ao suicídio. Mantido pela Prefeitura Municipal de Teresina, através da Fundação de Municipal de Saúde – FMS, o programa é realizado no Hospital Lineu Araújo, de segunda a sexta-feira, sempre das 9h às 17h. O atendimento é aberto e totalmente gratuito.

Para o psicólogo do Provida, Daniel Feitosa, o primeiro passo em direção ao tratamento pode ser dado sozinho, mas também com a ajuda de amigos e familiares. “Quando a gente percebe que uma pessoa não está bem, vê que ela está sofrendo, que está instável, agressiva, que não é mais quem a gente conhecia, é a hora para uma sensibilização, orientando a pessoa a buscar ajuda profissional. Se você percebe que está sendo dominado por sentimentos de tristeza, desespero e falta de esperança e pensando em desistir, pode ser uma alerta para buscar ajuda para si”, comenta o psicólogo.

No Provida, todas as pessoas que chegam até lá são recebidas por uma equipe formada por psicólogos e uma psiquiatra. Juntos eles avaliam o caso em questão para direcionar a melhor forma de acompanhamento. “Fazemos uma triagem quando a pessoa chega. Se ela for demanda para o serviço, já começa o acompanhamento. Caso não faça parte do perfil, direcionamos a outros serviços de saúde pública”, explica Daniel.

Com o diagnóstico feito e um tratamento iniciado, um próximo passo é necessário para a eficácia do acompanhamento: se despir de preconceitos próprios. Depois de reconhecer e buscar ajuda profissional, aceitar que os problemas de raízes psicológicas são uma patologia, e que ser acometidos por elas é algo passível de acontecer com qualquer pessoa, é fundamental para que um tratamento saudável ocorra.

Feito isso, o acompanhamento pode ser feito por meio de visitas quinzenais até semanais. Daniel explica que a família pode ser acionada para acompanhar e contribuir com o tratmento. A equipe do Provida mantém contato direto com o paciente, oferecendo um apoio e estando disponível para a marcação de consultas. A família, dependendo do caso, também pode receber visita domiciliares. 

Desde o início, o Provida vem tendo seus atendimentos cada vez mais ampliados. Isso por conta da conscientização e da divulgação sobre tratamento para a saúde mental. “Ao longo desses anos temos percebido um aumento da procura, em todo o ano, não somente no Setembro Amarelo. As pessoas estão mais conscientes dos problemas e reconhecem mais a necessidade de ajuda e, por outro lado, há uma divulgação sobre atendimentos, o que abre possibilidade para elas buscarem informação”, finaliza o psicólogo.

O momento de buscar ajuda

Isolamento – Apesar de ser um comportamento tipicamente adolescente, é bom ficar atento. Não poder conviver com o outro revela dificuldades em estar consigo mesmo.

Dificuldade de expressar agressividade – Pessoas que não reagem a diversas situações que deveriam provocar raiva ou mesmo tristeza podem ter dificuldades em externalizar os problemas, o que os torna muito mais difíceis de elaborar.

Excessiva adaptação – Pessoas que supostamente se adaptam facilmente a qualquer lugar, situação e pessoas podem ter dificuldades em tomar contato com o próprio desejo. Normalmente estas pessoas estão fechadas em seus próprios mundos e sentem muita dificuldade de entenderem o que querem e quem são.

Bullying – Quem é vítima de bullying e tem alguma fragilidade psíquica pode não suportar o isolamento, o medo, a raiva, entre outros sentimentos. Seria ainda mais complexo quando se trata de uma pessoa que não compreende que é vítima e passa a fantasiar que ela é que seria inadequada e que não vê esperança quanto à própria vida.

Por: Yuri Ribeiro, especial para o Portal O Dia
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