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Mais de 7% dos teresinenses têm diabetes, segundo Ministério da Saúde

Dados alertam para importância da prevenção e diagnóstico precoce da doença

14/11/2017 07:28

O autônomo Cícero de Moura descobriu que tinha diabetes tipo 2 com 54 anos, em 2010, após sentir dores de cabeça, fraqueza e perder peso. Com esses sintomas, ele buscou ajuda médica e os exames revelaram que sua taxa glicêmica atingia mais de 450 mg/dl – sendo que uma glicemia acima de 100 mg/dl já merece atenção. 

Com o diagnóstico da doença, Cícero mudou de hábitos e começou a correr. Hoje um dos orgulhos do autônomo é contar que já ganhou vários prêmios em Teresina e que, este ano, vai disputar, pela quarta vez, a corrida de São Silvestre, em São Paulo. “Hoje sou diabético disciplinado. O que eu sou hoje é uma diferença muito grande. Eu tinha 50 anos, me davam 80. Hoje eu tenho 60, me dão 50. Me renovei, sou outro hoje”, relata. 

Agora, com 61 anos, o apo sentado conta que a doença o fez mudar totalmente sua alimentação, passando a comer de forma regrada, em horários específicos, e investir em atividades físicas. Contudo, não foi fácil conviver com a doença nos primeiros anos. Mas hoje, com as alterações no hábito de vida, suas taxas variam entre 110 e 130 mg/dl. 


Foto: Lina Magalhães (Arquivo O Dia)

E são exemplos como o de Cícero que comprovam a importância das campanhas de prevenção e diagnóstico precoce do diabetes, uma das bandeiras de luta no mês de novembro. Esta doença, hoje, atinge cerca de 7,2% da população masculina de Teresina, segundo o Ministério da Saúde. 

De acordo com Flávio Melo, endocrinologista e presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia regional Piauí, quando a glicemia atinge mais de 125 mg/ dl, já configura diagnóstico de diabetes. 

 Causas 

O médico explica que sedentarismo, má alimentação e histórico da doença na família são fatores de risco para a diabetes tipo 2, doença que dificulta a ação da insulina, aumentando a taxa de glicose. “Se a pessoa é obesa, tem pai ou mãe com a doença, deve fazer pesquisa dos diabetes e deve fazer exames pelo menos anualmente. Antes disso, você deve procurar o médico se tiver sintoma de glicose alta, que são urinar com muita frequência, sentir muita sede e perca de peso progressivamente”, explica. 

Já o diabetes tipo 1 é mais comum em crianças, quando existe ausência total da produção de insulina. Neste caso, configura-se como uma patologia autoimune, após contato com algum vírus que desencadeia um processo no organismo que passa a rejeitar as células que produzem a insulina. 

 Complicações 

Um ponto que chama atenção para o diabetes é que não há cura e precisa-se de acompanhamento médico por toda a vida. Segundo Flávio Melo, quando não se trata o diabetes adequadamente, pode acarretar em complicações a longo prazo. Pode afetar a retina, nervos periféricos, adoece paredes dos vasos levando a várias obstruções vasculares que levam ao aumento na ocorrência de AVC, de infarto e de amputações. “Pode ter complicações crônicas, 40% das mortes por diabetes são por AVC, 20% infarto, 5% gangreno”, esclarece Flávio. 


Foto: Lina Magalhães (Arquivo O Dia)

Por isso, o médico recomenda mudanças na alimentação e nos exercícios físicos. O tratamento é feito através de medicamentos e com reposição de insulina no corpo, dependendo do tipo da doença. Além disso, Flávio também informa que é possível conseguir os medicamentos via SUS. “Todas essas complicações são dependentes do grau de atenção, controle que a gente dá à essa doença”, finaliza.

Quase 900 novos casos de câncer de próstata devem ocorrer no Piauí

Outra doença que ganha visibilidade no mês de novembro é o câncer de próstata. No Brasil, esta patologia é a segunda mais comum entre os homens, icando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), para os anos de 2016 e 2017, estimam-se 61.200 casos novos de câncer de próstata para o Brasil – ou seja, um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Já para o Piauí, estimativas da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) apontam que, em 2016 e 2017, o Estado vai registrar 890 novos casos de câncer de próstata, sendo que 210 são só em Teresina.

Segundo o urologista Giuliano Aita, não existe uma causa especíica para a doença, mas é preciso atentar para os fatores de risco. A idade é um dos principais deles; mais de dois terços dos casos de câncer de próstata são diagnosticados em homens com idade superior a 65 anos, acontecendo alguns casos em homens com idade superior a 45 ou 50 anos, e raramente em homens com idade abaixo de 40 anos.

Pesquisas recentes revelam que o sedentarismo e a obesidade também são fatores que podem desencadear a doença. Além disso, os antecedentes familiares podem ser um precedente para o aparecimento do câncer de próstata. Giuliano pontua que a doença é assintomática na fase inicial, cerca de 95% dos casos.

O diagnóstico precoce do câncer de próstata na fase inicial pode aumentar em 90% as chances de cura. “No Brasil, a cada 40 minutos, morre um homem por câncer de próstata, o que totaliza cerca de 13 mil mortes por ano, muitas dessas mortes poderiam ser evitadas se tivéssemos diagnóstico precoce na fase inicial da doença. Por isso, a importância da repercussão da campanha”, fala.

 Exames

O exame do toque retal é indolor, rápido, com duração de menos de um minuto e deve ser feito em consultório por um urologista. Outro exame que pode ser feito é a dosagem de proteína no sangue, produzida pela próstata. O indicado é que o exame seja feito anualmente por homens com idade a partir de 40 anos, mas a consulta com um urologista deve ser feita em todas as faixas etárias. “O exame do toque é um tabu, muitas vezes temido pelo receio de dor, sentir desconforto, mas é indolor, extremamente rápido, e é de muita importância no diagnóstico, uma vez que 20% dos tumores na próstata não alteram a proteína PSA”, fala.

Em relação ao tratamento, depende da fase em que a doença será diagnosticada; pode ser o tratamento de um câncer ou a realização de uma cirurgia, que com avanços, hoje é minimamente invasiva.

Por: Letícia Santos - Jornal O Dia
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