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Hemofílicos superam preconceito e levam vida normal em Teresina

Entre os sintomas do distúrbio estão hemorragia e sangramentos contínuos e internos.

06/04/2016 07:08

Hemofilia é um distúrbio genético e hereditário, caracterizado pela dificuldade do organismo em produzir as proteínas responsáveis pela coagulação do sangue. Entre os principias sintomas estão hemorragia e sangramentos contínuos e internos, que levam um tempo maior para cicatrizar. Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, o Brasil possui cerca de 12 mil hemofílicos. No Piauí, o número de pessoas convivendo com a doença já é maior que 200 de acordo com o Centro de Hematologia e Hemoterapia, o Hemopi.

Com os avanços conquistados nos últimos anos, os hemofílicos vêm conseguindo superar o preconceito da sociedade e levar uma vida praticamente normal, com a mesma expectativa de vida das pessoas consideradas comuns. Eles trabalham, estudam e, até mesmo, realizam atividades físicas como qualquer outra pessoa.

Exemplo

Um bom exemplo desta nova realidade vivenciada pelos hemofílicos é o advogado Dimas Emílio, de 31 anos, que descobriu, ainda na infância, que possuía o distúrbio. “Os hemofílicos, atualmente, podem ter uma qualidade de vida gigantesca por conta dos avanços no tratamento, medicação, diminuindo as hemorragias e sequelas”, pontua.

Para Dimas Emílio, apesar dos avanços conquistados, a falta de informação por parte da sociedade ainda é uma das principais barreiras enfrentadas pelos hemofílicos em todo o país. Para ele, a mudança desse paradigma deve partir dos próprios pacientes, ao esclarecerem os sintomas da doença para as pessoas do seu convívio.

“O esclarecimento começa pelo próprio hemofílico, que não deve ter vergonha de dizer que é hemofílico. Eu acho que a informação é fundamental para mudar essa realidade. A gente tem hoje uma situação que, até mesmo, alguns profissionais da saúde não têm conhecimento sobre o assunto”, avalia o advogado.

Desafios

Já a presidente da Associação de Hemofílicos do Piauí, Isabel Batista, lembra que, há alguns anos, por conta das transfusões de sangue necessárias durante o tratamento, a hemofilia era bastante associada ao vírus HIV. Segundo ela, isto acabava reforçando o preconceito e dificultava o acesso das pessoas com hemofilia ao mercado de trabalho.

“Às vezes, a hemofilia era bastante associada, de forma incorreta, com a Aids. As pessoas tratavam o hemofílico como coitadinho, sem capacidade para fazer atividades normais. Hoje essa realidade é bem diferente. Sabemos que os hemofílicos podem levar uma vida normal, se forem bem acompanhados”, ressalta.

Apesar dos avanços, ter hemofilia ainda representa um desafio, principalmente para os pacientes que moram no interior do Estado, que precisam se deslocar regularmente para a Capital para dar continuidade ao tratamento. “Eles ainda têm uma dificuldade muito grande, principalmente no que diz respeito à locomoção”, lembra Isabel Batista.


Por: Natanael Souza - Jornal O DIA
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