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Autismo:Dia de conscientização chama atenção para o cuidado com o transtorno

A síndrome é um distúrbio neurológio que afeta cerca de dois milhões de brasileiros

01/04/2015 16:53

O dia 02 de abril é uma data no calendário voltada para a conscientização sobre o autismo. A data, instituída em 2008, traz à tona a importância de se discutir este transtorno, que afeta cerca de dois milhões de brasileiros, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

O autismo é um distúrbio neurológico que compromete a interação social e prejudica o processo de comunicação e imaginação de quem é diagnosticado com o transtorno. Para chamar atenção para conscientização, pontos turísticos do mundo inteiro recebem uma iluminação especial em tons de azul durante o início do mês de abril. Em Teresina, a Ponte Estaiada ficará totalmente azul. A cor foi escolhida após a constatação de que a síndrome é mais comum em meninos. O autismo acomete quatro meninos para cada menina.

Para a diretora pedagógica da AMA – Associação de Amigos dos Autistas do Piauí, Rosalia Sousa, a implantação da data é importante, sobretudo, para facilitar a aceitação, por parte da família do autista. “As atividades que são realizadas em alusão ao dia de conscientização do autismo, faz com que as famílias tenham mais atenção aos filhos que possuem o distúrbio, o que gera avanços no tratamento dessas pessoas”, explica.

A AMA é uma associação que oferece serviços educacionais, terapêuticos e sociais a pessoas com filhos autistas. Rosalia afirma que a demanda é grande, mas com a ajuda dos próprios pais dos autistas, a AMA vai se mantendo e ajudando, atualmente, cerca de 120 famílias, através de um trabalho em conjunto. “Nós da AMA não vamos conseguir, sozinhos, reverter o quadro das crianças, a família tem uma função essencial no tratamento dos autistas”, esclarece Rosalia.

Rosalia afirma que a família deve ficar atenta aos sinais, sobretudo até a criança atingir 7 anos, período em que torna-se mais fácil dá inicio ao tratamento. Ela explica que nos primeiros anos, as crianças autistas choram mais que as outras, além de demonstrarem dificuldades em interações sociais e serem hipersensíveis.

A educadora física, Soraia Martins, é mãe de Lucas Martins, que foi diagnosticado com autismo aos 2 anos. Soraia conta que notou algumas deficiências no filho desde os 6 meses de vida, quando ele demorava a responder às solicitações da mãe, por exemplo. “No início foi muito difícil, eu e meu marido ficamos um pouco desnorteados, principalmente porque há vinte anos, o autismo não era tão conhecido, o que dificultava o diagnóstico”, afirma.

Lucas, atualmente com 20 anos, iniciou seu tratamento desde que foi diagnosticado. Apesar da aceitação da família e do apoio dentro de casa, o jovem sofre preconceito. A aceitação por pessoas fora do âmbito familiar é difícil. Soraia afirma que seu filho leva uma vida normal. “Ele gosta muito de andar de ônibus, mas às vezes, o modo como ele se porta, batendo palmas intensamente, por exemplo, faz com que as pessoas olhem para ele de modo diferente”, afirma a mãe.

Para Soraia, cuidar de uma criança autista é uma luta diária. “Meu filho precisa do acompanhamento de equipe multidisciplinar e isso, de certa forma, torna o tratamento mais difícil. Mas o Lucas não é pior do que ninguém e recebe tanto carinho e amor como meus dois outros filhos que não possuem o distúrbio”, conclui.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Aldenora Cavalcante (estagiária)
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