O presidente do Conselho Regional de Medicina, Emmanuel Pontes, flagrou um médico supostamente cobrando R$ 500,00 de uma mulher que fez o parto pelo SUS. O caso foi registrado em Picos, na Maternidade e Casa de Saúde São José.

A irregularidade foi constatada no momento em que o CRM estava no local para fazer a interdição ética da unidade de saúde, devido à falta de condição de trabalho dos profissionais e às deficiências na estrutura do hospital. A Maternidade e Casa de Saúde São José é uma instituição privada, que também atende pelo SUS.

Fotos: Divulgação/CRM

Segundo Emmanuel Pontes, a paciente vítima da extorsão tinha ido à maternidade pagar a segunda parcela, no valor de R$ 250,00. O valor foi cobrado pelo parto, que aconteceu na semana passada. A primeira parcela, no mesmo valor, foi pago durante o pré-natal. “Faremos a denúncia ao Ministério Público Federal e vamos abrir sindicância no CRM para apurar se há participação de outros médicos”, disse o presidente do Conselho.

Devido ao processo de interdição ética, que não ocorreu por conta da denúncia de cobrança irregular, nenhum médico poderá atender na Maternidade e Casa de Saúde São José sob risco de sofrer processo disciplinar. Todos os pacientes deverão ser transferidos, provavelmente para o Hospital Regional de Picos.

Emmanuel Pontes informou que das três vezes que visitou a unidade de saúde, não encontrou médicos plantonistas. “Da última vez, havia oito pacientes precisando de atendimento”, disse o médico, que também detectou falta de aparelhos de eletrocardiograma e até de bisturi.

Não há ainda sala de pós-cirúrgico. Segundo Emmanuel Pontes, os pacientes ficam nos corredores logo após terminarem as cirurgias. “Não há condições humanas de trabalhar e nem de receber pacientes”, concluiu o presidente do CRM, que faz vistorias em unidades de saúde de Picos e municípios vizinho desde maio.

Por: Nayara Felizardo, com informações de Maria Clara Estrêla