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Médico se diz consternado com denúncia e se coloca à disposição da polícia

Desde ontem (19) várias mulheres estão denunciando em redes sociais e também na Delegacia da Mulher supostos abusos praticados pelo médico Felizardo Batista

20/01/2017 15:20

Na noite desta sexta-feira (20), o obstetra Felizardo Batista se pronunciou sobre as denúncias de abuso sexual feitas por pacientes. Ele afirmou que todos os procedimentos feitos dentro de seu consultório seguem à risca o que orientam as normas médicas. O obstetra se disse consternado por conta das acusações e se colocou à disposição da polícia e da justiça para prestar esclarecimentos.

Veja a nota na íntegra

O médico Felizardo Batista afirma que todos os procedimentos feitos dentro de seu consultório seguem à risca o que orientam as normas médicas. Todas as consultas realizadas contam com a presença da atendente do consultório, orientação seguida justamente para evitar constrangimentos às pacientes devido à natureza dos exames realizados. Em 30 anos de profissão, não há nada que desabone sua conduta como médico. Não existe em nenhuma delegacia qualquer denúncia feita contra ele, anterior à divulgada pela imprensa nesta sexta-feira.

Felizardo Batista está consternado por conta das acusações que violam sua imagem como profissional e como homem, pai de uma filha. Diante da certeza de que, em nenhum momento, ultrapassou seu limite como médico em qualquer consulta, se coloca à disposição da polícia e da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos e pretende tomar as medidas jurídicas cabíveis para que as pessoas que, eventualmente, tenham utilizado do direito de liberdade de opinião para fazer falsas acusações respondam por seus atos.

Atualizada às 20h26

A Clínica Santa Fé suspendeu, até que as informações sejam esclarecidas, o atendimento médico ambulatorial  do obstetra Felizardo Batista, após as denúncias de abuso sexual. Em nota, a maternidade repudiou o comportamento de qualquer profissional com a atitude de aliciamento ou outra conduta que fira a dignidade do paciente. 

A maternidade também ressaltou que é recomendação que seus obstetras e ginecologistas atendam ou realizem exames em pacientes apenas acompanhados pela sua atendente e com a presença de um familiar.

Atualizada às 16h25

O Conselho Regional de Medicina do Piauí orientou as mulheres vítimas de abuso sexual praticado por médicos a denunciarem junto ao órgão. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Conselho Federal de Medicina, de 2009 até julho de 2014, 44% dos profissionais que tiveram o registro cassado foi devido às acusações de assédio.

Com relação às denúncias envolvendo o obstetra e ginecologista Felizardo Batista, o assessor jurídico do CRM, Ricardo Abdala, informou que não pode tratar a respeito de casos específicos. “Os processos são sigilosos e não podem ser divulgados até que transitem em julgado”, justificou.

Mesmo assim, Abdala incentivou as possíveis vítimas a comparecerem ao Conselho. “O órgão responsável para apurar o desvio de conduta dos médicos somos nós. Não representamos os médicos, e sim a sociedade”, afirmou.

Desde ontem (19) várias mulheres estão denunciando em redes sociais, e também na delegacia da mulher da zona Norte de Teresina, supostos abusos praticados contra o médico Felizardo Batista. A delegada Vilma Alves confirmou ao Portal O DIA que está investigando o caso.

Relatos

Durante todo o dia, O Portal O DIA recebeu informações de que o médico é conhecido pelos abusos, porém muitas mulheres têm medo de denunciar. Algumas aceitaram falar com a reportagem, desde que não fossem identificadas.

Uma delas contou que o suposto abuso aconteceu na Clínica Batista. Ele teria alisado as pernas vítima, tocado na sua vagina de forma inconveniente e ainda feito perguntas pessoais. “Quando eu entrei na sala e deitei na maca, ele começou a passar a mão nas minhas pernas, sem luva, dizendo pra eu relaxar. Depois tocou lá mesmo, pegando... Ele tava sozinho, sem nenhuma enfermeira. Depois que acabou o exame ele ficou me fazendo perguntas absurdas: quando eu tinha perdido a virgindade, se eu era menor, se foi bom, se sangrou... Eu respondi que aquelas coisas não tinham nada a ver com o exame que eu fui fazer e aí ele parou. Eu saí do consultório com vontade de chorar e nunca tive coragem de contar sobre isso para alguém”, relata.

Outra paciente contou que sofreu abuso do médico na semana passada, quando precisou ir à urgência da Maternidade Santa Fé. "Eu estava sentindo dores e ele disse que ia fazer o exame do toque. Eu achei que era normal, mas senti que ele demorou muito e ficou forçando. Quando terminou, ainda sorriu e passou a mão no meu rosto", disse.

O Portal O DIA tentou falar com o médico Felizardo Batista através de quatro números de telefone, sendo dois do consultório, um da residência e outro do celular, mas as ligações não foram atendidas.

Por: Nayara Felizardo
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