Visão embaçada, dificuldades
para enxergar com
nitidez, sensibilidade à luz.
Estes são alguns dos sintomas
da catarata, lesão
ocular que atinge o cristalino,
lente natural do
globo ocular, responsável
pela focalização da visão.
A doença, que atinge principalmente
os idosos, é
uma das principais causas
de cegueira entre os seres
humanos.
A única forma de tratamento
para a catarata é
através de cirurgia. Em
Teresina, o Hospital Getúlio
Vargas (HGV) é o único da
rede pública que realiza
esse tipo de procedimento.
A unidade de saúde recebe
pacientes da Capital, do
interior do Piauí, e também
de outros estados da região
Nordeste. Sendo que, atualmente,
a fila de espera para
realização da cirurgia de
catarata no HGV conta com
cerca de 300 pessoas.
Entre os pacientes que
passaram pelo procedimento
cirúrgico através dos
mutirões está a aposentada
Francisca Cardoso, de 63
anos. Ela conta que foi surpreendida
pela rapidez com
que realizou a cirurgia,
cerca de dois meses após
o diagnóstico, e comemora
os bons resultados alcançados.
“Tenho amigas que esperaram
muito tempo na
fila de espera para fazer
esse mesmo procedimento.
Fui surpreendida. Achei
que fosse esperar um ano,
ou mais, para conseguir
fazer a cirurgia através do
SUS. Depois da cirurgia,
a minha visão melhorou
muito. Tinha dificuldade
para enxergar, via tudo
embaçado. Estava com
muito medo de perder totalmente
a visão por conta
desse problema”, pontua.
Segundo a coordenadora
da Clínica Oftalmológica do
HGV, Namir Clementino, a
ideia é que, em 2016, com a
continuidade dos mutirões,
o número de pacientes na
fila de espera pela cirurgia
diminua.
“O paciente está esperando
menos para fazer
a cirurgia. Temos uma
fila de espera e estamos
fazendo essa fila andar
mais rápido. A cirurgia é
realizada regularmente no
meio da semana e, no final
de semana, chamamos
um grupo expressivo de
pacientes de cirurgia, que
é quando acontecem os
mutirões”, explica.
Para Namir Clementino,
o número de pacientes que
são encaminhados para a
unidade ainda é muito elevado.
Para ela, a falta de
profissionais atuando em
municípios do interior do
Estado é o principal fator
que dificulta a realização
de mais procedimentos.
“O Hospital Getúlio
Vargas absorve todos os
pacientes que têm catarata,
atendidos nas demais
unidades de saúde. É uma
quantidade muito grande
de pacientes. No interior
do Estado, com exceção
de cidades-polo, como Parnaíba,
Floriano e Picos, você
não conta com especialistas
para realizar esse tipo de
procedimento”, pontua.