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21,6% dos teresinenses são hipertensos, diz pesquisa no Ministério da Saúde

Doença está relacionada ao consumo excessivo de sódio e é uma das principais causas de infartos e AVC"™s.

29/06/2016 14:01

Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde aponta que 21,6% dos teresinenses sofrem de hipertensão, uma doença diretamente ligada ao consumo exagerado de sódio. A pesquisa foi desenvolvida através de entrevistas com 54 mil pessoas acima de 18 anos, que vivem nas capitais brasileiras.

Para o Ministério da Saúde, apesar do número de brasileiros com hipertensão ser considerado alto, ele tem se mantido estável nos últimos anos. Este último levantamento mostra que a doença afeta 24,9% da população, mas em 2014, esse percentual era de 24,8%. As mulheres são a maioria nesse cenário, respondendo por 27,3% dos casos, enquanto os homens respondem por 22%. A pesquisa mostra ainda que o número de hipertensos cresce com o avanço da idade, e também com a diminuição da escolaridade.


Fonte: Ministério da Saúde

De acordo com o Vigitel, divisão do Ministério da Saúde responsável pela coordenação da pesquisa, o consumo de sódio pelos brasileiros ainda é muito alto, correspondendo a 2,4 vezes acima da quantidade recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Isso significa dizer que o brasileiro está consumindo 12 miligramas de sódio por dia, quando deveria consumir apenas cinco miligramas. As principais fontes de sódio na mesa da população é o sal adicionado na preparação e consumo de alimentos, o sódio presente nos alimentos processados e o sódio presente nos alimentos preparados e consumidos fora de casa.

O Ministério da Saúde alerta para o desenvolvimento de doenças decorrentes do consumo exagerado de sódio no dia-a-dia pelos brasileiros. Os dados da pesquisa mostram que a hipertensão responde por 2/3 dos casos de Acidentes Vascular Cerebral (AVC) e por metade dos casos de infarto registrados no Brasil. A obesidade aumenta em duas vezes as chances de hipertensão. Em obesos mórbidos, o risco de desenvolver a doença sobe seis vezes. Pessoas que consomem sal todos os dias correm quatro vezes mais risco de quebrar um osso e desenvolver osteoporose. A concentração de sais minerais no corpo pode levar ainda à formação de cálculos renais.


Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Por outro lado, a redução no consumo de sódio por pacientes que já são hipertensos pode reduzir em até 15% a quantidade de óbitos por AVC, reduzir em até 10% as mortes por infarto, e aumentar quatro anos na expectativa de vida.

A pesquisa mostra ainda que o brasileiro tem uma baixa percepção do consumo de sal. Apenas 14,9% da população considera seu consumo alto ou muito alto, quando na verdade 70% consome sódio em excesso.

Acordo de redução

Desde 2011, o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) estabeleceram uma meta para o setor no que diz respeito à redução da quantidade de sódio presente nos alimentos processados. A meta é que, até 2020, sejam retiradas 22.562 toneladas de sódio dos alimentos no mercado.

Os resultados da parceria já começaram a aparecer: na primeira etapa do acordo foram retiradas 1.859 toneladas de sódio de massas instantâneas, pães de forma e bisnaguinhas. Na segunda etapa 5.793 toneladas de sódio de alimentos como batas fritas, salgadinhos de milho, bolos sem recheio e recheados, rocamboles, misturas para bolos aerados e cremosos, e biscoitos salgados, doces e recheados. Já na terceira etapa, foram retiradas 7.241 toneladas de sódio de alimentos como margarinas, cereais matinais, caldos em cubo, caldos em gel, temperos em pasta, temperos para arroz e outros temperos. No total, foram retiradas mais de 14 mil toneladas de sódio presente nos alimentos processados consumidos pelos brasileiros.

A redução na quantidade de sal presentes nos alimentos que fazem a mesa do brasileiro teve impactos positivos na saúde pública do país, com redução de 33% nas internações por hipertensão. O número saiu de 61 para 41 internações a cada 100 mil habitantes nos hospitais da rede pública.

Açúcar

O consumo de açúcar pelos brasileiros é outro que está acima do recomendado pelas organizações de saúde. O açúcar corresponde a 16,3% do total de calorias que o brasileiro consome. A OMS recomenda que o consumo de açúcar não ultrapasse 10% do total de calorias da dieta. Dados do Ministério da Saúde mostram ainda que mais da metade da população do Brasil (53,9%) está acima do peso. Desse total, 18,9% são obesos. O consumo exagerado de açúcar está ligado ainda ao desenvolvimento de doenças crônicas como o diabetes.

Por conta dos índices preocupantes, o Ministério da Saúde está buscando nova parceria com a ABIA para propor metas de redução da quantidade de açúcar presente nos alimentos processados que são consumidos pelos brasileiros.

Por: Maria Clara Estrêla
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