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15% dos pacientes que dão entrada em hospitais podem evoluir para infecção

Segundo a infectologista Rosania Maria de Araújo Oliveira, 15% dos pacientes que são internados em hospitais podem ter evolução no quadro clínico.

19/01/2016 07:27

Estudos apontam que as infecções hospitalares são as causas mais frequentes para as complicações de pacientes que estão em tratamento nas Unidades de Terapias Intensivas (UTIs). Segundo a infectologista e presidente da Comissão de Controle de Infectologia Hospitalar, Rosania Maria de Araújo Oliveira, 15% dos pacientes que são internados em hospitais podem ter evolução no quadro clínico por conta de infecções.

Isso ocorre devido uma série de fatores, que vai desde o paciente ter imunidade baixa, até o tipo de trauma sofrido pelo mesmo. Porém, os hospitais estão seguindo as medidas de prevenção, que visa reduzir 25% -dos 15% total- desses pacientes que têm seu quadro agravado por conta de infecções adquiridas nas unidades de saúde.

Rosania Maria de Araújo explicou que os principais cuidados para se evitar uma infecção é a higienização, tanto das mãos quanto do ambiente. “No dia a dia de um hospital, a realidade é muito diferente de uma residência, e os pacientes precisam de mais cuidados pois, mesmo que ele entre sem nenhuma infecção, ele pode acabar adquirindo, vez que se tata de um ambiente propício para germes”, relatou.

As infecções podem ser as mais diversas, como urinária, pulmonar, por bactérias ou vírus. A infectologista ainda acrescentou que os germes estão presentes em todos os lugares que frequentamos, como banheiros e ônibus; nos objetos que pegamos, como maçanetas e dinheiros; e até nos alimentos. Aquela medida que aprendemos ainda na escola, de lavar as mãos depois de utilizar o banheiro ou antes de comer faz toda a diferença.

“Suponhamos que um paciente não tenha nenhum tipo de infecção, mas ele está utilizando o mesmo banheiro que um paciente que tenha infecção intestinal, e que ao dar a descarga a tampa do vaso não seja abaixada. Os germes vão se espalhar pelo ambiente e deixa-lo contaminado, então quando o paciente que não tem infecção for utilizar o banheiro, ele tem muitas chances de se contaminar também”, destacou.

Para evitar isso, os cuidados com a higiene e limpeza devem ser redobrados, tanto por parte da unidade de saúde quanto pelos pacientes, que devem se atentar aos cuidados de higiene pessoal. A orientação é simples, lavar as mãos com água corrente e sabão comum. Os sabonetes anticépticos também podem ser uteis, mas ainda sim deixam resquícios de germes.

Já os hospitais, devem utilizar produtos anticépticos mais concentrados e seguir as normas de limpeza já existentes, como limpar todo o centro cirúrgico, diluindo os produtos químicos em água, assear toda a superfície do espaço, entre outros.

“Tem pacientes que não chegam com nenhuma infecção, porém, alguns apresentam fatores de risco, como pessoas idosas, ou quem está fazendo tratamento contra câncer, que está com a imunidade baixa e qualquer procedimento que seja realizado, por mais simples que seja, pode ser invasivo. Além disso, o mecanismo do trauma também pode trazer riscos ao paciente”, relatou.

A infectologista Rosania Maria de Araújo citou o exemplo de um paciente que tenha caído de motocicleta e seu ferimento tenha dito contato com área. Nesse caso, é preciso limpar a área com soro e deixá-lo totalmente esterilizada para que sejam eliminados os germes e realizado o procedimento médico.

No hospital, além de produtos de higiene específicos, a rotina de limpeza também é diferenciada, assim como a lavagem das roupas de cama, que passam por um processo rigoroso de higienização e desinfecção.
Por: Isabela Lopes - Jornal O DIA
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