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"œEstou decepcionado", diz Marcelo Castro sobre votação da Reforma Política

Parlamentar disse que deputados não votariam mudanças significativas porque foram eleitos pelo atual sistema.

26/09/2017 07:45

O deputado Marcelo Castro (PMDB), que foi relator da Reforma Política em 2015, afirmou estar decepcionado com a votação dos parlamentares em relação às mudanças no sistema eleitoral. Para o deputado, o Congresso não tem capacidade de fazer alterações que tornem o sistema eleitoral moderno e disse que não participa mais de nenhuma proposta de mudança política. 

“Eu já tinha jurado, em vezes anteriores, que não participaria mais de Reforma Política porque já tinha chegado a conclusão que o Congresso é incompetente, não tem capacidade de fazer Reforma Política porque foram eleitos pelo sistema atual. Então, eu não participaria mais de nenhuma reforma enquanto tiver no parlamento e está renovada [a jura] em definitivo. Estou decepcionado. Nós não podíamos ter jogado fora essa oportunidade”, declarou em entrevista para TV. 

Segundo o deputado, as alterações na forma de eleger os políticos a partir de 2018 significaria uma transição para o Brasil avançar, uma vez que, para Castro, o atual modelo é disfuncional. “Para a gente ter um sistema eleitoral moderno e eficiente, que melhorasse a governabilidade a partir de 2022, valeria a pena se fazer um sacrifício para uma transição daqui para lá, mas não foi votado. Foi a grande perda desse movimento que nós fizemos”, ressaltou. 

Para o peemedebista, para melhorar o sistema político, mudanças teriam que ter sido aprovadas (Foto: Assis Fernandes/ O Dia)

No entanto, Marcelo Castro comemorou os itens aprovados, como fim das coligações e a cláusula de desempenho eleitoral. Quando foi relator, o deputado apresentou uma proposta de que o partido não poderia ter menos de 2% dos votos para ter acesso ao fundo partidário e o direito ao tempo na televisão. A Câmara aprovou um percentual de 3%, que, para Castro, foi a mais do que o esperado. “Não podemos desprezar o que foi aprovado. O fim das coligações é um salto qualitativo muito significativo na medida do fortalecimento dos partidos, bem como a clausula de desempenho, que aprovamos”, pontuou. 

A mudança do sistema para eleger deputados e vereadores através do "distritão" em 2018 e do "distrital misto" em 2022 foi rejeitada na semana passada, com 238 votos, e manteve, por tanto, o sistema proporcional, onde deputados e vereadores são eleitos de acordo com o desempenho eleitoral de partidos ou coligações, medido por meio do quociente eleitoral. 

Castro diz que Câmara vai rejeitar nova denúncia 

O deputado Marcelo Castro (PMDB) afirmou que não tem dúvidas que o prosseguimento da denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB) será barrado na Câmara. O deputado não revelou como se posicionará nas discussões, mas, para ele, o processo está mais enfraquecido do que a acusação anterior. 

Segundo Marcelo Castro, as denúncias de que um membro da Procuradoria-geral da União trabalhava em prol dos delatores da JBS fez com que Rodrigo Janot, ex-procurador, perdesse o prestígio dentro do Congresso. “O Janot perdeu muito da força moral que ele tinha. Essa denúncia [contra Temer] vai chegar à Câmara mais enfraquecida do que a anterior. O acusador já perdeu certa autoridade. Eu não tenho a menor dúvida que o Michel Temer vai se livrar”, declarou. 

Esta é a 2º vez que Temer é denunciado pela Procuradoria. Na primeira, em agosto, a Câmara rejeitou a autorização para STF investigar o presidente por corrupção passiva. desta vez, o presidente é de organização criminosa e obstrução de Justiça. O processo será analisado primeiro pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, depois, pelo plenário. Por conta de uma viagem, o deputado Marcelo Castro não participou da votação da primeira denúncia.

Por: Ithyara Borges
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