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"œÉ só ter dinheiro que é eleito arrebentando em votos"

"œMinha ênfase na educação é valorização profissional e escola de tempo integral", afirma o deputado.

19/04/2015 08:23

ODIA conversou nesta semana com o deputado estadual João de Deus, petista histórico, oriundo dos movimentos sociais. Ele assumiu o mandato nesta semana com o desafio de ser o líder do Governo na Assembleia Legislativa do Piauí. Ele afirmou que apesar do cenário difícil pelo qual passa a base do governador Wellington Dias (PT), sua experiência como líder de governos deve ajudar no desafio. 
Questionado porque não tem conseguido êxito nas ultimas eleições, ele explicou que as campanhas têm ficado profissionais, envolvendo muito dinheiro e fazendo com que pessoas sem histórico de lutas consigam ser bem votadas com base em estrutura financeira. Ele também defendeu que o governador Wellington Dias (PT) não interfira nas eleições para conselheiro do Tribunal e Contas do Estado. Ele afirmou que, apesar do Governo não ter uma base sólida, hoje o governador pode contar com pelo menos 16 deputados. O deputado informou que vai priorizar a educação em seu mandato.
O senhor já foi deputado eleito por duas vezes, mas em 2010 e 2014 não conseguiu vencer as eleições, exercendo o mandato como suplente. Quais os principais motivos que o levaram a não ser eleito deputado? A cada dia é mais complicado ser eleito? 
Na verdade eu cheguei à condição de vereador de Teresina e de deputado estadual graças a um trabalho com os movimentos sociais. Eu comecei com o movimento estudantil. Em 1982 eu comecei a participar do movimento estudantil na Universidade Federal do Piauí (Ufpi), cheguei a ser presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE), do diretório acadêmico do Centro de Ciências da Natureza, ajudei a fundar os centros acadêmicos. Depois que eu saí de lá, eu como professor formado ingressei no magistério estadual e três anos depois presidi a Associação dos Professores do Estado do Piauí, que hoje corresponde ao Sinte. Fui presidente da CUT, do PT, então, foi a partir daí, já filiado ao PT, que eu me candidatei a vereador em Teresina em 1996 e fiquei como suplente. E esta historia de suplente já vem de longe. Fui chamado com a ida da [Francisca] Trindade para deputada estadual em 1998, para o cargo de vereador e exerci durante dois anos. 
Em 2000, fui eleito vereador e em 2002, deputado. O meu forte sempre foram os movimentos sociais. Ocorre que os movimentos sociais, eles têm contribuído muito para gerar lideranças, inclusive para formar quadros políticos para o PT e vários outros partidos de esquerda. Mas a política está cada vez mais difícil, porque ela vira uma coisa profissional envolvendo muito dinheiro. Com o financiamento empresarial, está cada vez mais difícil você fazer politica. Você vê de repente alguém ser candidato a deputado porque tem muito dinheiro. Não é preciso ser conhecido. É só ter dinheiro que é eleito arrebentando em votos. 
Para mim, isso termina trazendo, depois de quase 30 anos pós- ditadura militar, de democracia no Brasil, a gente percebe que está cada vez mais difícil fazer política sem dinheiro. E a tendência, se nós não tivermos uma reforma politica, é de pessoas que têm uma caminhada que nem eu, de movimento social, de movimento de base ter muita dificuldade e até abandonar a política.
A entrevista completa você confere na edição impressa do Jornal O Dia.
Por: João Magalhães- Jornal O Dia
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