ODIA conversou nesta semana com o deputado estadual João de Deus, petista histórico, oriundo dos movimentos sociais. Ele assumiu o mandato nesta semana com o desafio de ser o líder do Governo na Assembleia Legislativa do Piauí. Ele afirmou que apesar do cenário difícil pelo qual passa a base do governador Wellington Dias (PT), sua experiência como líder de governos deve ajudar no desafio.
Questionado porque não tem conseguido êxito nas ultimas eleições, ele explicou que as campanhas têm ficado profissionais, envolvendo muito dinheiro e fazendo com que pessoas sem histórico de lutas consigam ser bem votadas com base em estrutura financeira. Ele também defendeu que o governador Wellington Dias (PT) não interfira nas eleições para conselheiro do Tribunal e Contas do Estado. Ele afirmou que, apesar do Governo não ter uma base sólida, hoje o governador pode contar com pelo menos 16 deputados. O deputado informou que vai priorizar a educação em seu mandato.
O senhor já foi deputado
eleito por duas vezes, mas em
2010 e 2014 não conseguiu
vencer as eleições, exercendo
o mandato como suplente.
Quais os principais motivos
que o levaram a não ser eleito
deputado? A cada dia é mais
complicado ser eleito?
Na verdade eu cheguei
à condição de vereador de
Teresina e de deputado
estadual graças a um trabalho
com os movimentos
sociais. Eu comecei com
o movimento estudantil.
Em 1982 eu comecei a
participar do movimento
estudantil na Universidade
Federal do Piauí
(Ufpi), cheguei a ser presidente
do Diretório Central
dos Estudantes (DCE),
do diretório acadêmico
do Centro de Ciências da
Natureza, ajudei a fundar
os centros acadêmicos.
Depois que eu saí de lá,
eu como professor formado
ingressei no magistério
estadual e três anos
depois presidi a Associação
dos Professores do
Estado do Piauí, que hoje
corresponde ao Sinte. Fui
presidente da CUT, do PT,
então, foi a partir daí, já
filiado ao PT, que eu me
candidatei a vereador em
Teresina em 1996 e fiquei
como suplente. E esta historia
de suplente já vem
de longe. Fui chamado
com a ida da [Francisca]
Trindade para deputada
estadual em 1998, para o
cargo de vereador e exerci
durante dois anos.
Em
2000, fui eleito vereador
e em 2002, deputado. O
meu forte sempre foram
os movimentos sociais.
Ocorre que os movimentos
sociais, eles têm contribuído
muito para gerar
lideranças, inclusive para
formar quadros políticos
para o PT e vários outros
partidos de esquerda.
Mas a política está cada
vez mais difícil, porque
ela vira uma coisa profissional
envolvendo muito
dinheiro. Com o financiamento
empresarial, está
cada vez mais difícil você
fazer politica. Você vê de
repente alguém ser candidato
a deputado porque
tem muito dinheiro. Não
é preciso ser conhecido. É
só ter dinheiro que é eleito
arrebentando em votos.
Para mim, isso termina
trazendo, depois de quase
30 anos pós- ditadura
militar, de democracia no
Brasil, a gente percebe
que está cada vez mais
difícil fazer política sem
dinheiro. E a tendência,
se nós não tivermos uma
reforma politica, é de pessoas
que têm uma caminhada
que nem eu, de
movimento social, de
movimento de base ter
muita dificuldade e até
abandonar a política.
A entrevista completa você confere na edição impressa do Jornal O Dia.
Por: João Magalhães- Jornal O Dia