O vereador Dudu usou a tribuna da Câmara Municipal na sessão desta quarta-feira (4) para rebater os ataques feitos à sua pessoa pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ), durante entrevista a uma rádio de Teresina.
O parlamentar carioca ligou para a rádio depois de tomar conhecimento de que o vereador petista apresentou no Legislativo de Teresina uma moção de repúdio a ele, por ter homenageado o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra durante seu voto a favor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Um homem que diz que preferia ver o filho morto a casado com um homossexual, que jamais um filho seu namoraria uma negra, que diz que não estupraria uma deputada porque ela não merece, e que dedica seu voto a um torturador, não podemos tratar isso como brincadeira", disse o vereador Dudu.
"Nem me direcionei ao voto dele, mesmo discordando. Me referi a referência que fez ao coronel. E não podemos deixar de registrar nosso repúdio mais uma vez. Não da para não estar com sentimento de repúdio e até de vergonha de ir na Câmara federal tendo um deputado desse "naipe" representando o povo do Rio de Janeiro. Eu tenho é pena, e acho que ele devia se tratar, que nem normal ele é, para fazer declarações dessas", acrescenta o vereador.
Veredor Dudu e o deputado Jair Bolsonaro (Foto: Ascom/ Wilson Dias/ Agência Brasil)
Ele comentou também declarações do filho de Jair Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, que teria dito que "violência se trata com violência", e lembrou da denúncia de que um irmão do deputado Jair passou cerca de três anos recebendo um salário de R$ 17 mil por um cargo fantasma na Assembleia Legislativa de São Paulo.
"Ele é homofóbico, racista, anti-semita, é tudo de ruim que se pode reunir numa única pessoa. É um neonazista! Um home que declara o que ele declara tem que ser cassado!", finalizou o vereador Dudu, referindo-se a Jair Bolsonaro.
Entenda o caso
O vereador Dudu propôs à Câmara Municipal de Teresina no último dia 24 uma moção de repúdio contra Jair Bolsonaro, após o deputado dedicar seu voto pelo impeachment de Dilma Rousseff ao coronel Brilhante Ustra, militar condenado por crimes de tortura durante a ditadura militar. A moção foi aprovada sem votos contra, apesar de algumas abstenções.
Após a aprovação da moção de repúdio, o próprio deputado Bolsonaro ligou para uma rádio de Teresina e revidou as declarações do vereador, defendendo o coronel Ustra e reiterando seu voto em nome do militar, já falecido. Bolsonaro argumenta que não ficou provado que o coronel Brilhante Ustra foi ditador e que a acusação é falsa, da mesma forma como é falsa a afirmação de que o impeachment é golpe.
Edição: Nayara FelizardoPor: Andrê Nascimento (Estagiário), com informações de CÃcero Portela