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Teresinenses também protestam contra corrupção

Integrantes dos ministérios públicos e do movimento "Vem pra Rua" estavam presentes

05/12/2016 07:08

Membros dos ministérios públicos estadual e federal e o movimento "Vem Pra Rua" realizaram na tarde de ontem (4) em Teresina, um protesto contra as alterações aprovadas pela Câmara dos Deputados no pacote anticorrupção, iniciado com 10 medidas sugeridas pelo Ministério Público Federal e que contou com a assinatura de mais de 2 milhões de pessoas.

Presente no evento, o presidente da Associação Piauiense do Ministério Público, Glécio Setúbal, afirmou que a ideia da Câmara, ao aprovar o projeto prevendo punições a procuradores, promotores e juízes por abuso de autoridade, é na prática, uma tentativa de retaliar o trabalho de magistrados e do Ministério Público. “Queremos combater e modificar essa lei no Senado. Vamos fazer um trabalho junto aos senadores de cada estado, esclarecendo que ele é prejudicial ao judiciário, ao ministério público e a própria sociedade brasileira”, pontuou Setúbal.


"Não podemos deixar que as 10 medidas do pacote seja desconfiguradas", disse Adriana Sousa (Foto: Moura Alves/O Dia)

Para a médica Adriana Sousa, líder do movimento Vem Pra Rua em Teresina, é preciso protestar para que os políticos não desconfigurem a proposta de legislação sugerida pelo MPF. "Não podemos permitir que as 10 medidas sejam desconfiguradas e que o parlamento aproveite o projeto para legislar a favor da corrupção”, pontua Adriana Sousa.

Já o procurador regional eleitoral no Piauí, Israel Gonçalves, citou que essa retaliação acontece agora porque o trabalho do judiciário e dos procuradores começa a chegar na elite do poder político e econômico do país. Ele citou que defende punição aos integrantes do ministério Público que cometam crimes, mas segundo ele, na forma como o projeto foi aprovado pela Câmara, ele inibe a atuação profissional dos procuradores. “O procurador não pode ser punido simplesmente pelo exercício de sua função. Nunca se importaram com abusos praticados contra pessoas que vivem às margens, na periferia, agora, como as investigações chegam ao mago do poder, começam a falar sobre isso”, pontuou o procurador.

Por: João Magalhães - Jornal O Dia
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