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Teresina terá 3 atos contra a corrupção na Petrobras até o dia 15 de março

Um dos atos, marcado para o dia 15 de março, pedirá o Impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

03/03/2015 18:32

O País vive hoje um dos momentos mais instáveis em seu cenário político-econômico desde o período das hiper inflações, entre o final da década de 1980 e início da década de 1990, quando o então presidente Fernando Collor deixou o comando do Executivo nacional após sofrer um impeachment.

A atual política econômica do governo, baseada no aumento de impostos e na contenção de gastos públicos, paralelamente ao cenário de instabilidade política, provocado pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, que devassou o maior esquema de corrupção da história brasileira, são fatores que têm dado origem a uma verdadeira efervescência social, com a formação de grupos com opiniões diametralmente antagônicas sobre a atual situação do País - uns favoráveis ao governo Dilma Rousseff (PT) e outros que nutrem um verdadeiro repúdio ao modelo petista de governar.

Na primeira quinzena de março, pelo menos três grandes atos estão sendo organizados para ocorrer em todas as capitais e inúmeras outras cidades do País.

O primeiro deles, marcado para a próxima sexta-feira (6), está sendo organizado pela Central Sindical e Popular - CSP Conlutas, e deve contar com a participação de militantes de partidos da extrema esquerda, como o PSTU.

De acordo com o professor Daniel Solon, membro do CSP Conlutas, o ato será um contraponto às outras duas manifestações agendadas para o próximo fim de semana - dias 13 e 15 de março. No âmbito nacional, uma das principais reivindicações do ato é o fim das Medidas Provisórias 664 e 665, que estabeleceram regras mais austeras para acesso a benefícios previdenciários, como o abono salarial, o seguro desemprego e o auxílio doença. No contexto local, o ato cobrará o pagamento dos salários atrasados de servidores terceirizados do Governo e da Prefeitura de Teresina.

Para Daniel Solon, Impeachment da presidente Dilma apenas transferirá o poder para grupos políticos tão corruptos quanto os que estão no comento do Executivo e do Parlamento: 'Mudança de verdade só ocorre através dos movimentos sociais' (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

"Estamos fazendo este chamado nacional em defesa dos direitos dos trabalhadores, contra o governo Dilma e contra os governos estaduais, porque entendemos que a classe dos trabalhadores está sofrendo sucessivos ataques tanto em Brasília quanto nos Estados, e também por parte dos empresários. Por outro lado, nós não iremos apoiar o ato do dia 13, por entendermos que ele está sendo organizado pela CUT apenas para blindar o governo petista, que é um governo corrupto e não merece essa proteção. Da mesma forma, não participaremos do ato do dia 15, tendo em vista que ele favorecerá os interesses de grupos políticos de direita, que querem apenas usar o protesto para desestabilizar o atual governo, e, no fundo, defendem a mesma política nociva aos trabalhadores, que vem sendo adotada pelo governo Dilma", pontua Solon.

O sindicalista também afirma que os movimentos de esquerda não acreditam que a solução para os problemas do País está no Impeachment da presidente Dilma. "Nós defendemos uma mudança do atual sistema político, mas não pelo Congresso, e sim originada a partir da própria população. Compreendemos os trabalhadores que estão insatisfeitos com o governo do PT, e por isso pedem o Impeachment, mas sabemos que esse processo seria bom apenas para o Michel Temer [PMDB], que assumiria a Presidência, e para o Congresso, composto em sua quase totalidade por políticos corruptos", opina Daniel Solon, que, além de membro da CSP Conlutas, também é presidente do diretório municipal do PSTU.

De acordo com Solon, o ato organizado pela Central Sindical e Popular (CSP Conlutas) tem o objetivo de conclamar os trabalhadores de todo o País a realizar uma greve geral que pressione o Governo Federal e o Congresso. Na capital piauiense, o ato está agendado para ocorrer na manhã da próxima sexta-feira, em frente à Serv-San, na Avenida Miguel Rosa.

Movimento da CUT - A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também está organizando um ato para o dia 13 de março. De acordo com Paulo Bezerra, diretor da central sindical no Piauí, o movimento será focado na defesa da Petrobras e dos direitos trabalhistas.

O sindicalista afirma que a CUT não concorda com a proposta de Impeachment, a qual ele classifica como um "golpe político". Porém, Paulo Bezerra afirma que o ato também servirá para exigir que o governo Dilma volte atrás em recentes decisões que prejudicaram os trabalhadores, como as MPs 664 e 665.

Paulo Bezerra, diretor da CUT no Piauí, que organiza um ato para o dia 13 de março. Vão cobrar uma postura mais dura de Dilma contra os corruptos, mas não querem o Impeachment da presidenta (Foto: Arquivo CUT - Piauí)

"Nosso objetivo é defender os direitos conquistados historicamente pelos trabalhadores, e que têm sido perdidos com as recentes medidas do Governo Federal. Mas o que nós queremos é uma mudança de postura do governo, não uma mudança de governo pela força, através de um golpe. Vamos exigir que a presidenta revogue essas MPs e também que a Petrobras seja protegida dos ataques que tem sofrido. Queremos que sejam confiscados os bens de todos os gestores que foram descobertos roubando a empresa, que é um dos principais patrimônios do Brasil", afirma Paulo Bezerra. 

O ato está agendado para ocorrer a partir das 7 horas do dia 13, na Praça da Liberdade, Centro de Teresina.

#VemPraRua - O último dos atos agendados para ocorrer este mês é o #VemPraRua, cuja concentração em Teresina ocorrerá na Avenida Marechal Castelo Branco, em frente à Assembleia Legislativa do Piauí, no dia 15 de março, um domingo.

Dentre todos, o ato deve reunir o maior número de pessoas, concentrando um grande leque de participantes, com opiniões plurais, que vão reivindicar desde pautas mais genéricas, como o fim da corrupção no País, até outras mais específicas (e polêmicas), como o Impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Organizadores do #VemPraRua Teresina realizaram uma panfletagem no cruzamento das avenidas Miguel Rosa e Frei Serafim na semana passada. Eles querem o Impeachment de Dilma e novas eleições

O médico veterinário Ricardo Azevedo é um dos organizadores do #VemPraRua Teresina. Ele explica que estão sendo convidadas a participar do movimento pessoas de todas as classes e de diversos movimentos sociais, das Igrejas e demais denominações religiosas, de organizações não governamentais, associações de moradores, dentre outros representantes da sociedade civil organizada.

"Nosso movimento teve origem na insatisfação popular com a péssima gestão e a corrupção desenfreada do governo Dilma. Apesar de muitos acharem que o movimento está sendo organizado por partidos que perderam a eleição de 2014, ele é, na realidade, apartidário. Nosso protesto será direcionado ao PT, mas também a todos os políticos do País. Vamos mostrar que o fato de terem sido eleitos não lhes dá o direito de fazerem o que bem entendem com o patrimônio público", afirma Ricardo Azevedo.

De acordo com a consultoria Bites, mais de 1 milhão de pessoas confirmaram presença nos atos do #VemPraRua, que ocorrerão simultaneamente em todo o País.

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