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Servidores estaduais se unem e decidem sobre greve geral contra a PEC dos Gastos

Ontem o governo anunciou mudanças no texto da proposta, mas os servidores reivindicam a retirada definitiva do projeto

23/12/2016 10:44

Delegados, agentes de Polícia Civil, escrivães e peritos aprovaram greve por tempo indeterminado a partir da próxima terça-feira (27). Somente os crimes em flagrantes envolvendo vítimas crianças, mulheres ou idosos serão atendidos. Durante a greve, não haverá registro de Boletim de Ocorrência.

Os agentes penitenciárias também aderiram ao movimento e passarão a cumprir apenas as ordens judiciais. Portanto, recebimento de presos, transferências os entre unidades prisionais, acompanhamento de visitas de familiares ou advogados e acompanhamento a audiências de custódia estão suspensos a partir de terça-feira.           

Os servidores do Hemopi e do Laboratório Central (Lacen) decidiram grevar também. De acordo com Maria Eliete, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, os dois órgãos são considerados o coração da saúde no Piauí. "É nesses lugares onde o sangue é coletado e onde são feitas as análises laboratoriais. Sem eles os hospitais da rede estadual e até municipal não têm como funcionar", afirma.                     

Os servidores do judiciário vão decidir somente na segunda-feira (26). Os trabalhadores da educação também vão realizar assembleia na próxima semana, provavelmente na quarta-feira (28), juntamente com a Uespi.      

Atualizada às 11h15

Começou às 10h, na Assembleia Legislativa, a reunião que vai decidir sobre a greve geral dos servidores estaduais. As categorias da Saúde, Segurança e Educação criaram o Movimento Unificado dos Servidores Públicos do Piauí e protestam contra a PEC dos Gastos, que está em tramitação na Alepi. Na próxima semana, professores e servidores da Uespi vão se reunir para decidirem se também aderem ao movimento grevista, caso ele seja deflagrado.

Segundo a delegada Andrea Magalhães, presidente do Sindicato dos Delegados do Piauí, a intenção dos servidores é dar continuidade à luta que teve início alguns dias atrás e impedir a votacão da PEC através do diálogo. “Mas se o diálogo não for suficiente, vai haver embate”, alerta. 

Ontem, o governo anunciou mudanças no texto da PEC. A nova proposta retira a previsão de rever o limite de despesa no prazo de cinco anos e suspende a PEC antes dos 10 anos, caso a taxa de investimento do Estado alcance 10% da receita corrente líquida. Outra mudança no texto da PEC diz respeito à informação explícita de que não haverá congelamento de salários e nem proibição de contratar pessoal ou realizar concurso.

A proposta, entretanto, não agradou os servidores, que a classificaram como estratégia para enganar as categorias. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde, Maria Eliete Pereira afirma que somente a retirada da PEC na sua integralidade poderia impedir uma greve geral. "Nós não queremos emenda pra alterar essa barbaridade ao bel prazer do Estado. Depois que vira lei é muito difícil se ser retirado ou mudado. Não tem essa de negociar pra mudar o texto. Tem é que tirar esse projeto que vai sacrificar o serviço público”, protesta.

A tropa de choque foi acionada e acompanha a assembleia dos servidores. O presidente da Casa, Themístocles Filho, suspendeu as sessões até segunda-feira (26) e, por isso, nenhum deputado está na Alepi hoje.

O governador Wellington Dias (PT) chegou ontem de viagem e não tem agenda oficial. Há expectativa de que ele chame representantes das categorias para conversar ainda nesta sexta-feira.

Caso a proposta de greve geral seja aprovada na assembleia dos servidores, os sindicatos têm o prazo de 72 horas pra comunicação formal. Portanto, os serviços de saúde, educação e segurança começariam a parar a partir da próxima terça-feira (27).

Por: Nayara Felizardo e Maria Clara Estrêla
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